Quem tem fome, tem pressa.

As tentações no deserto

A fome não foi criada, mas radicalizada pela pandemia da covid-19, que enfrentando desde março de 2020 e que, com certeza, marcará todas as nossas ações nesta década. A fome no Brasil é um escândalo! Um escândalo de proporções inimagináveis.Em nosso País, há 125 milhões de brasileiros que nunca sabe quando terão a próxima refeição. Tudo começa com um ato de ver. É preciso fazer como Jesus: “Levantar os olhos e ver ” a realidade da fome no Brasil. Como podemos superar as tentações do mundo para sensibilizar a sociedade e a Igreja para o enfrentamento do flagelo da fome?

Jesus nos ensina a jejuar...

Jejuar de brigas, de caprichos, de maldades, de nossos vícios...

Mas e quando este jejum é por falta de alimento na mesa do nosso próximo?

Quando centenas de pessoas passam fome, sem teto ao menos uma refeição ao dia.

Será que estamos trabalhando o nosso ver? Estamos enxergando as desigualdades em nossa comunidade? Estamos acomodados em não reconhecer, não estimular e não mobilizar a sociedade para que haja uma sólida política de alimentação no Brasil e em nossa comunidade.Precisamos superar as tentações existentes assim como Jesus no deserto, as tentações que todos nós cometemos e que em muitas vezes não percebemos:

  • A tentação da gula, como por exemplo uma pessoa comendo de forma exagerada;
  • A tentação da desigualdade, como por exemplo quando uma pessoa tem com fartura e outra falta o essencial para sobrevivência;
  • A tentação do consumismo, como por exemplo quando compramos muito mais do que realmente precisamos e não nos importamos com os que não possuem o necessário.

É condenável que seres humanos sejam deixados morrendo de fome por causa da indiferença egoísta, com desperdícios alimentares e inúteis refinamentos gastronômicos; é moralmente condenável quem banqueteia enquanto o pobre espera inutilmente à porta. A festa, de fato, é para louvar somente se for vivida na hospitalidade, na convivialidade, no amor compartilhado.

Ouçamos o Papa Francisco: “Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, em vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca dos 3T (Terra, Teto e Trabalho). ”

Para que assim, possamos contribuir para o combate à desigualdade da fome. Dai-lhes vós mesmos de comer, somos nós Comunidade, que devemos agir!

Quem tem fome, tem pressa.

Diacono João Gualberto SDS

  Autor:

 Eq. Campanha Fraternidade Paróquia N. Sra. Lourdes

 Fonte: Texto Base CF 2023