Uma preparação insuficiente e um frágil projeto estão
habitualmente na origem de escolhas econômicas que não
somente colocam em perigo os bens, mas a sobrevivência mesma
dos Institutos.
(Doc.48 Economia a serviço do carisma e da missão)
A fé no Ressuscitado nos impulsiona a uma vida fraterna, no compromisso com o outro, no bem da comunidade e no anúncio da alegria do Evangelho, fazendo-nos portadores dessa boa-nova, que se expressa em palavras, mas muito mais e principalmente em nossas práticas cotidianas.
Tudo isso ocorre em família, no trabalho, na escola e nas universidades, no dia a dia e, claro, na comunidade das comunidades², ou seja, a paróquia.
Ocorre que a paróquia, como espaço de iniciação cristã, de educação e celebração da fé, não sobrevive apenas dos ventos ou exclusivamente de nossas boas práticas de acolhimento e convívio humano e cristão. Para a manutenção da paróquia, há gastos e investimentos necessários e urgentes, que exigem recursos financeiros, tão caros e escassos nos dias atuais, conhecimentos básicos em finanças e administração, gestão de patrimônio, gestão de pessoas, acuidade orçamentária e riscos, além de uma profunda disposição para a partilha e a solidariedade com aqueles que possuem pouco ou nada nas comunidades do entorno paroquial.
E é isso que os membros dos conselhos econômicos e pastorais da paróquia Nossa Senhora de Lourdes estão fazendo nos últimos meses. Eles se encontram para discutir seus desafios nas áreas mencionadas e buscam incorporar em suas práticas as palavras do Papa Francisco, que diz que devemos tornar a Igreja mais sinodal, ou seja, uma Igreja mais aberta à escuta, ao diálogo, a um caminhar juntos na alegria e na fraternidade.
Há diversos encontros cujos temas passam por: Contabilidade para não contadores, gestão financeira e patrimonial, prestação de contas para a cúria diocesana e comunidade, análise de demonstrativos financeiros, riscos e controles internos.
A experiência tem sido rica e gratificante. Sob a orientação do professor Waldir Mafra da PUC-SP, os participantes têm trazido suas dúvidas, sugestões e contribuições para que todos cheguem a um nível de conhecimento que lhes possibilite assumir suas funções nos conselhos e pastorais que lidam com a questão patrimonial e financeira, a fim de otimizar os recursos e contribuir para a sustentabilidade paroquial.
Em sua primeira carta³, Pedro nos convida a colocar à disposição dos outros os dons que recebemos, e é dessa forma que caminhamos, vivendo e aprendendo juntos, por uma Igreja em saída, na fraternidade e na partilha.
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1 Waldir Mafra: Economista e contador pela FIPECAFI, especialista em Finanças pela FGVSP, mestre em administração
pela PUC SP. Consultor nas áreas de gestão financeira, governança, compliance, LGPD em entidades eclesiásticas,
empresas e organizações da sociedade civil.
2 Documento de Aparecida. 2007.
3 1Pd, 4,10.