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Esses quatros atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que pelo Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser una, santa, católica e apostólica, e é também Ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.

Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas constituem sinais que falam com clareza à razão humana. A Igreja, em razão de sua santidade, de sua unidade católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina.

A Igreja é una.

Eis o mistério sagrado da unidade da Igreja:

A Igreja é una por sua fonte: Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo.

A Igreja é una por seu Fundador: Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo.

A Igreja é una por sua “alma”: O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que Ele é o princípio de Unidade da Igreja.

A única Igreja de Cristo é aquela que nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou à Pedro para que fosse seu pastor e confiou e ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.

Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade de seus discípulos: “Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, afim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.

Portanto, a Igreja é una, pois tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.

A Igreja é santa.

A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa, ou seja, não é perfeita, mas santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus.

A Igreja, unida a Cristo, é santificada por ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus. É na Igreja que está depositada a plenitude dos meios de salvação. É nela que adquirimos a santidade pela graça de Deus.

Já na terra, a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita.

Enquanto Cristo, santo, inocente, imaculado, não conheceu o pecado, mas veio para redimir os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação. Todos os membros da Igreja devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o “joio” do pecado continua ainda mesclado ao “trigo” do Evangelho até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação. A igreja é, então, o povo santo de Deus.

A Igreja é católica.

A palavra “católico” significa “universal”. A Igreja é católica no sentido de totalidade e de integralidade.

Ela é católica porque nela Cristo está presente. Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele a plenitude dos meios de salvação que Ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Este é o sentido de totalidade da Igreja católica.

Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso, este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra a desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma só natureza humana e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos. Este caráter de universalidade que marca o povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito. Este é o sentido de integralidade da Igreja católica.

A Igreja é, por sua própria natureza, missionária. Pois, a missão é uma exigência da catolicidade a ela confiada por Jesus. “Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem discípulos,... ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos.” (Mt 28,19-20)

A Igreja é apostólica.

A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os Apóstolos.

O Senhor dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Ele escolheu Doze Apóstolos, tendo Pedro como chefe. Eles são as pedras de fundação (“alicerce”) da Igreja de Cristo. Nos Apóstolos, continua a missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21).

O que garante a originalidade e autenticidade da Igreja Católica e sua continuidade até hoje é a sucessão apostólica, desde os primeiros Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus. Isso, além de ser um fato divino, é um fato histórico e inegável.

Fora dessa sucessão que vem diretamente de Cristo, não há legitimidade e infalibilidade para se atuar em seu Nome. Só a Igreja Católica, por graça especial de Deus, guarda intacta essa sucessão.

Muito cedo a Igreja tomou consciência de que a sua “identidade e missão” estava ligada e dependia do colégio dos Doze Apóstolos, e seus sucessores, os Bispos. Quando nos primeiros séculos surgia uma doutrina nova, às vezes uma heresia, o critério do discernimento era o da apostolicidade: “esta doutrina está de acordo com o que ensinaram os Apóstolos? Está em conformidade com o que ensina a Igreja de Roma, onde foram martirizados Pedro e Paulo?” Essas eram as perguntas mais importantes para se chegar ao discernimento. Isto porque os Apóstolos foram as testemunhas oculares do Senhor e Dele receberam diretamente tudo o que Ele ensinou.

Jesus garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. Um dia disse-lhes: “Quem vos ouve, a Mim vos ouve, e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).

Para que a transmissão do Evangelho, e da graça dada pelos Sacramentos, chegasse então aos confins da terra e dos tempos, os Apóstolos foram preparando os pastores das comunidades, seus sucessores.

Conforme as necessidades de cada tempo, os Apóstolos iam definindo as “normas” da Igreja, que foram formando a Sagrada Tradição Apostólica. A principal preocupação deles era com a “sã doutrina”, fiel àquilo que tinham recebido de Jesus. Essa Tradição Apostólica é tão importante e legítima quanto a própria Bíblia.

É nesta ordem e sucessão que a Tradição dada à Igreja desde os Apóstolos, e a pregação da verdade, chegaram até nós.

O tríplice sentido da apostolicidade da Igreja:

  1.     Ela foi e continua sendo construída sobre o “fundamento dos apóstolos”, testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo;
  2.     Ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso da verdade, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos;
  3.     Ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos próprios apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos Bispos, assistidos pelos presbíteros (padres), em união com o sucessor de Pedro (Papa), pastor supremo da Igreja.

A Igreja Católica é também chamada de Romana por ter sua sede, a Santa Sé, em Roma. Esta denominação, embora não seja uma exigência doutrinária, não é gratuita. Firmando a sede de Sua Igreja exatamente no coração do Império Romano, aquele que quis destruir a Igreja e que sacrificou milhares de mártires, com isto Cristo mostrou ao mundo que a Sua Igreja é invencível, e que jamais os poderes deste mundo a vencerão.

A constituição hierárquica e a organização da Igreja.

O próprio Cristo é a fonte do ministério da Igreja. Institui-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois, os ministros que são revestidos do sagrado poder, servem a seus irmãos para que todos os que formam o povo de Deus cheguem a salvação.

O enviado do Senhor fala e age não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como simples membro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela precisa ser dada e oferecida. Isto supõe que os ministros sagrados da graça sejam autorizados e habilitados por parte de Cristo. Dele, o Papa, os Bispos e os Presbíteros (padres) recebem a missão e o poder sagrado de agir na pessoa de Cristo-Cabeça, os diáconos a força de servir o Povo de Deus na Liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seus presbíteros. Esses ministérios da Igreja são conferidos por um sacramento específico (Sacramento da Ordem).

Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu caráter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente “servos de Cristo”.

Igualmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que exista um caráter colegial. Efetivamente, desde o início de seu ministério o Senhor Jesus institui os Doze. Escolhidos conjuntamente, são também enviados conjuntamente, e sua união fraterna estará a serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis. Por isso, todo Bispo exerce seu ministério dentro do colégio episcopal, em comunhão com o Bispo de Roma e sucessor de Pedro (o Papa); os presbíteros exercem seu ministério dentro do presbitério da diocese, sob a direção de seu Bispo.

Finalmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que haja um caráter pessoal. “Tu, segue-me” (Jo 21,22). Cada um é chamado pessoalmente para ser testemunha pessoal, assumindo pessoalmente a responsabilidade diante daquele que dá a missão, agindo “em sua pessoa” em favor de pessoas.

Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, a fim de garantir-nos a possibilidade objetiva de professarmos sem erro a fé autêntica. Isso nos é dado pelo Magistério Vivo da Igreja, que é o ofício pastoral que a Igreja tem, de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida, ser depositaria das verdades de nossa fé, e nos ensinar.

O Papa

Embora seja divina, a Igreja é formada de homens. E sendo humana, Cristo, Cabeça invisível da Igreja, quis que ela tivesse uma “cabeça visível”, que fosse o seu fator de unidade.

Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo. Jesus quis que Pedro (e seus sucessores) fosse o seu Vigário (representante) na terra, pois sabia que sem uma “cabeça visível”, o Corpo se dividiria.

Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as “chaves” da mesma, institui-o pastor de todo o rebanho. Porém, a função de “ligar e desligar”, que foi dado a Pedro, consta que também foi dada ao colégio dos Apóstolos, unido a seu chefe. Este ofício pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.

O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice, ou seja, o “poder” dos Bispos não pode ser exercido senão com o consentimento do Papa. Enquanto composto de muitos, este colégio episcopal, exprime a variedade e a universalidade do Povo de Deus e, enquanto unido sob um só chefe, exprime a unidade do rebanho de Cristo.

Os Cardeais

O Colégio dos Cardeais ou Colégio Cardinalício é o grupo de Cardeais da Igreja Católica, responsáveis por assistir o Papa, em suas tarefas administrativas, religiosas e pastorais. Essa assistência se dá tanto colegialmente, quando são convocados para tratar juntos questões de mais importância, como pessoalmente, mediante as diversas funções que desempenham, ajudando sobretudo ao Papa em seu governo cotidiano da Igreja universal. Também é de responsabilidade do Colégio Cardinalício, prover à eleição do Romano Pontífice. Quando se reunem, após a morte de um Papa, para votar no seu sucessor, formam o chamado Conclave.

Aqueles que têm mais de 80 anos, não podem participar no conclave. Deixam também de ser Membros dos Escritórios da Cúria Romana ou de qualquer outro organismo da Santa Sé. No Conclave, os Cardeais se isolam na Capela Sistina no Vaticano, e ficam reunidos até que elejam o novo Sumo Pontifice. É preciso que o eleito obtenha, 2/3 mais 1 dos votos.

Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele, através dos Consistórios, que o Romano Pontífice convoca e se desenvolvem sob sua presidência. Os Consistórios podem ser ordinários ou extraordinários. No consistório ordinário se reúnem os cardeais presentes em Roma, outros bispos, sacerdotes e convidados especiais. O Papa convoca estes Consistórios para fazer alguma consulta sobre questões importantes ou para dar solenidade especial a algumas celebrações. Ao Consistório extraordinário são chamados todos os cardeais e se celebra quando requerem algumas necessidades especiais da Igreja ou assuntos de maior gravidade.

Durante o período de "sede vacante" da Sé Apostólica (período que vai desde o falecimento de um Papa até a escolha de seu sucessor), o Colégio Cardinalício desempenha uma importante função no governo geral da Igreja e também no governo do Estado da Cidade do Vaticano.

Existem três tipos, ou ordens de cardeais, os cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos. O Papa João XXIII, conservou a divisão do Colégio Cardinalício nas três ordens apontadas, mas dispôs que todos devem receber a ordenaçãoepiscopal. É contudo habitual a nomeação de alguns presbíteros para o Colégio Cardinalício.

A criação de Cardeais se dá por decreto do Romano Pontífice, que elege para ser seus principais colaboradores e assistentes. São nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício (consistório). O Colégio Cardinalício tem se internacionalizado notavelmente nos últimos 30 anos. Os requisitos para serem eleitos são: homens que receberam a ordenação sacerdotal e se distinguem por sua doutrina, piedade e prudência no desempenho de seus deveres.

O número de cardeais eleitores tem variado ao longo da história. Em 1586 o Papa Sisto V fixou o seu número em setenta. No consistório de 1973, o Papa Paulo VI limitou o número de cardeais eleitores a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II. A 13 de Julho de 2006 e após o primeiro consistório do Papa Bento XVI (24 de Março de 2006) o Colégio dos Cardeais contava com 191 membros dos quais 120 eram eleitores.

    O Colégio Cardinalício conta atualmente com 191 membros.

    120 Cardeais são eleitores (Cardeais com menos de 80 anos de idade. No momento em que a Santa Sé fique vacante, estes podem votar em um Conclave).

    71 Cardeais são "não eleitores" (com mais de 80 anos de idade).

Os Bispos

Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos e têm a missão de pastorear a comunidade de fiéis a eles confiada (diocese), auxiliados pelos presbíteros e pelos diáconos. Eles, individualmente, são o visível princípio e fundamento da unidade em suas Igrejas locais (ou Igreja diocesana, ou ainda Igreja particular).

O poder que Jesus conferiu aos seus Apóstolos é transmitido de geração em geração, numa corrente histórica ininterrupta, para os seus sucessores. Conforme atesta Santo Irineu: “A Tradição Apostólica é manifestada e guardada em todo o mundo por aqueles que foram instituídos Bispos pelos Apóstolos e são seus sucessores até nós”.

A missão do Bispo é perpetuar os ensinamentos de Cristo, pois a missão divina confiada aos Apóstolos deve durar até o fim dos tempos. Ao Bispo cabe a tarefa de governar a diocese, exercendo o ministério de ensinar, santificar e dirigir a parcela do povo de Deus a ele confiada. Também lhe cabe a tarefa de coordenar os trabalhos administrativos, econômicos e jurídicos da diocese, sendo o responsável por ela perante a sociedade civil. Ele é a autoridade maior da diocese, mas necessita da indispensável cooperação dos sacerdotes, diáconos, religiosos e agentes de pastoral leigos. Afinal, a Igreja é o povo de Deus.

Compete ainda ao Bispo, ordenar sacerdotes e diáconos, administrar o Sacramento da Crisma, criar ou suprimir paróquias, nomear e transferir párocos, nomear coordenadores de movimentos pastorais diocesanos e promover outros atos pastorais e administrativos. Nenhuma atividade pastoral eclesial tem valor se não contar com sua aprovação. Etimologicamente, a palavra “bispo” vem de “episcopo”, formado de dois elementos de origem grega: “epi” – sobre, por cima e “scopein” – olhar, examinar, observar. Portanto, o Bispo é aquele que “olha de cima”, isto é, dirige e coordena toda a diocese confiada a seu pastoreio.

A Santa Sé – Vaticano

Santa Sé ou Sé Apostólica é o centro administrativo e pastoral da Igreja, tendo à frente o Papa. Compreende a Secretaria de Estado, as diversas congregações e outros organismos.

A Cidade do Vaticano é um estado, com autonomia política, graças ao Tratado de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1929, no pontificado de Pio XI. É o menor país, com apenas 0,44 km2. Está situado no "Mons Vaticanus", a "oitava colina" de Roma. As suas fronteiras são as Muralhas Leoninas e o círculo de mármore, no solo, onde confluem os dois braços da colunata de Bernini, na Praça São Pedro. No Vaticano, destaca-se a basílica, construída sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, o primeiro Papa.

Cúria Romana:

A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Em nome e com a autoridade dele, exercem seu ofício para o bem das Igrejas e em serviço dos Sagrados Pastores.

A Cúria Romana está assim constituída:

- Secretaria de Estado: Secretário de Estado
I Seção – Assuntos gerais
II Seção – Relações com os Estados

O Secretário de Estado é o encarregado dos serviços diplomáticos e também preside às reuniões gerais dos dicastérios (as congregações e outros organismos pontifícios).

- Congregações: Doutrina da Fé; Igrejas Orientais; Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Causas dos Santos; Bispos (na qual se inclui a Pontifícia Comissão para a América Latina); Evangelização dos Povos (na qual se inclui o Supremo Comitê das Pontifícias Obras Missionárias); Clero (na qual se inclui o Conselho Internacional para a Catequese); Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, e Educação Católica.

- Pontifícios Conselhos: Leigos; Promoção da Unidade dos Cristãos (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo); Família; Justiça e Paz; “Cor Unum”; Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; Pastoral no Campo da Saúde; Interpretação dos Textos Legislativos; Diálogo Inter-religioso (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com os Muçulmanos); Cultura, e Comunicações Sociais.

- Tribunais: Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e Tribunal da Rota Romana.

- Departamentos: Câmara Apostólica, Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.

- Outros organismos: Prefeitura da Casa Pontifícia, Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Santo Padre, Sala de Imprensa da Santa Sé, Departamento Central de Estatísticas da Igreja e Guarda Suíça.

- Comissões e Comitês: Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, Pontifícia Comissão Bíblica, Comissão Teológica Internacional, Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Pontifício Comitê das Ciências Históricas e Comissão Disciplinar da Cúria Romana.

- Instituições vinculadas à Santa Sé: Arquivo Vaticano, Biblioteca Apostólica Vaticana, Pontifícia Academia das Ciências, Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Pontifícia Academia para a Vida, Fábrica de São Pedro, Esmolaria Apostólica, Tipografia Vaticana “Poliglotta”, Libreria Editrice Vaticana, Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano e Jornal “L´Osservatore Romano”.

Nunciatura Apostólica:

É o organismo que representa a Santa Sé em cada país. Também tem a função de embaixada do Estado do Vaticano. É dirigida pelo Núncio Apostólico.

O Núncio Apostólico, como Legado do Romano Pontífice, representa o Papa junto às Igrejas particulares (dioceses, arquidioceses) e também junto aos Estados e autoridades públicas. É o embaixador do Estado do Vaticano, o representante do papa em cada país. Sua principal missão é tornar sempre mais firmes e eficazes os vínculos de unidade entre a Sé Apostólica e as Igrejas particulares. Também tem o encargo de promover e estimular as relações entre a Santa Sé e as autoridades, tratando das questões concernentes às relações entre a Igreja e o Estado.

O atual Núncio Apostólico no Brasil é Dom Lorenzo Baldisseri, nomeado em 12 de novembro de 2002.

CNBB

Todo país tem um organismo que congrega seus Bispos. No caso do Brasil, este organismo é a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

A CNBB, fundada em 14 de outubro de 1952, congrega todos os bispos católicos brasileiros e tem se revelado como um organismo pastoral atuante, empenhado na evangelização, na promoção da dignidade humana, na luta pela justiça social e pelos direitos humanos.

A vida e missão da CNBB são iluminadas pelo Objetivo Geral da Ação Evangelizadora. O atual, definido na 41ª Assembléia Geral, realizada de 30 de abril a 9 de maio de 2003, é: “Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.”

NATUREZA E MISSÃO: A CNBB é a instituição permanente que congrega os bispos da Igreja Católica no país. De acordo com seu Estatuto Canônico, tem como natureza e missão:

    ser espaço de encontro e de diálogo para os bispos, com vistas ao apoio mútuo, orientação e encorajamento recíprocos;

    concretizar e aprofundar a comunhão e o afeto colegial entre eles;

    promover sua permanente formação e atualização;

    estudar assuntos de interesse comum da Igreja no país;

    promover melhor a vida eclesial e a pastoral orgânica;

    facilitar a convergência da ação evangelizadora;

    exercer o magistério doutrinal;

    favorecer a comunhão e a participação na vida e nas atividades da Igreja das diversas parcelas do povo de Deus;

    representar o episcopado brasileiro junto a outras instâncias;

    cuidar do relacionamento com os poderes públicos a serviço do bem comum;

    realizar evangelicamente seu serviço de amor na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

A CNBB está dividida em 17 Conselhos Episcopais Regionais, conhecidos como Regionais. São estes:

1- NORTE 1 (Norte do Amazonas e Roraima)
2- NORTE 2 (Amapá e Pará)
3- NORDESTE 1 (Ceará)
4- NORDESTE 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte)
5- NORDESTE 3 (Bahia e Sergipe)
6- NORDESTE 4 (Piauí)
7- NORDESTE 5 (Maranhão)
8- LESTE 1 (Rio de Janeiro)
9- LESTE 2 (Espírito Santo e Minas Gerais)
10- SUL 1 (São Paulo)
11- SUL 2 (Paraná)
12- SUL 3 (Rio Grande do Sul)
13- SUL 4 (Santa Catarina)
14- CENTRO-OESTE (Distrito Federal, Goiás, Tocantins e parte do Mato Grosso)
15- OESTE 1 (Mato Grosso do Sul)
16- OESTE 2 (Mato Grosso)
17- NOROESTE (Acre, sul do Amazonas e Rondônia)