Os Salvatorianos

 História

A Sociedade do Divino Salvador, SDS, é um instituto religioso apostólico, de direito pontifício, fundado em Roma no dia 8 de dezembro de 1881, pelo Servo de Deus Padre Francisco Maria da Cruz Jordan.
Padre João Batista Jordan desejava fundar uma associação apostólica de sacerdotes diocesanos, dividindo os membros em três graus de participação: ao primeiro grau deveriam pertencer sacerdotes e leigos, decididos a viver em comunidade; ao segundo grau, os leigos que se dedicavam ao apostolado mediante os estudos e a palavra escrita, sem a vida comunitária; ao terceiro grau, porém, os sacerdotes e leigos que, permanecendo em seus postos de vida e trabalho, ajudavam a Sociedade com a oração, a penitência e a divulgação da imprensa católica. Com esta estrutura interna a obra do Padre Jordan funcionou de 1881, como Sociedade Apostólica Instrutiva, e de 1882, como Sociedade Católica Instrutiva.
Após um pouco de tempo, levando em consideração as solicitações da Igreja, o Fundador entendeu que a sua obra deveria transformar-se numa congregação religiosa de estilo formal. Isto aconteceu no dia 11 de março de 1883, domingo da Paixão de Cristo, quando o Padre Jordan, na Basílica de São Pedro, em Roma, fez sua profissão religiosa e, tendo vestido o hábito religioso, tomou o nome de Francisco Maria da Cruz. Mudando o caráter do instituto, o Fundador mudou também o hábito. Durante o primeiro ano os membros do instituto tinham o hábito cinza, com o cordão branco (cíngulo); a partir de 1884 começaram a usar o hábito preto. A Congregação crescia velozmente. Em 1884 contava com 17 membros; um ano depois, com 32 membros e, em 1889, contava com 152 membros: sacerdotes, irmãos, seminaristas, noviços e candidatos.
Desde o início, ela possuía caráter internacional. O Fundador desejava ardentemente que todas as pessoas conhecessem e amassem Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Em seu “Diário” escreveu: “Até que exista no mundo uma só pessoa que não conhece e não ama Jesus Cristo, Salvador do mundo, não posso repousar” (Diário Espiritual). Este desejo pôde tornar-se realidade graças ao crescimento veloz do número dos membros da Sociedade.
Apenas nove anos após a fundação da Sociedade, Padre Jordan assumiu o compromisso de abrir uma Missão, em Assam, na Índia. Em 1893, o nome do instituto mudou de Sociedade Católica Instrutiva em Sociedade do Divino Salvador. Este novo nome exprimia bem o espírito e os objetivos do instituto, de acordo com as palavras de Cristo, Salvador do mundo “a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a quem enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17, 3) que inspiraram o Fundador a fundar uma nova congregação religiosa na Igreja.

 
Padre Jordan

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INÍCIO DA VIDA E ESTUDO NA ALEMANHA

Foi Gurtweil, um pequeno lugar a sudoeste de Baden, a poucos quilômetros da capital do distrito de Waldshut, perto da fronteira com a Suíça, a cidade natal de Padre Francisco Maria da Cruz Jordan, fundador dos Salvatorianos. O Padre Jordan nasceu em 16 de junho de 1848, e foi o segundo filho de Lourenço e Notburga Peter. No dia seguinte foi batizado na Igreja paroquial local com o nome de João Batista.
Tendo crescido em uma família pobre, não pôde realizar seu sonho de se tornar padre, ainda como adolescente já havia tomado consciência de sua vocação no momento de sua primeira comunhão. Depois de concluir a escola primária, trabalhou como operário e pintor-decorador, viajando por tudo o que até então era a Alemanha. Ele se deu conta da situação espiritual difícil de sua pátria e dos demais países europeus. As pessoas abandonavam a Deus e perdiam a fé. O estado limitava a Igreja no desempenho de sua missão (Kulturkampf). Todas estas experiências fortificaram a fé de Jordan e tornaram mais clara sua convicção de ter sido chamado ao sacerdócio. Finalmente decidiu seguir sua vocação e iniciar os estudos de teologia.
Em 1869 começou a ter aulas particulares com seus amigos sacerdotes de Waldshut, e depois disso estudou no Liceu de Constança. Durante seus estudos secundários Jordan teve que se esforçar muito, mas ao mesmo tempo, apesar de suas dificuldades com os estudos, desenvolveu seu talento para os idiomas. No exame de graduação apresentou um ensaio em oito idiomas europeus e outro em quatro idiomas.

CRESCENDO EM VOCAÇÃO PARA SE TORNAR UM FUNDADOR

Em 1874, João Batista começou seus estudos de Teologia e Filosofia na Universidade Albert Ludwig de Friburgo de Brisgovia. Depois de concluí-los com êxito, iniciou sua preparação para o sacerdócio no Seminário de São Pedro, perto da mesma cidade. Aproveitou o tempo dos estudos teológicos para aprofundar sua fé e sua espiritualidade.
Continuou recebendo os sacramentos com regularidade, como era acostumado a fazer desde a infância e dedicou muito tempo à oração. Também começou a escrever o seu Diário Espiritual, no qual anotou suas ideias mais importantes, até sua morte. Este diário se converteu em uma valiosa fonte para conhecer sua personalidade e seu perfil espiritual.

No dia 21 de julho de 1878, Jordan foi ordenado sacerdote e mais tarde, por ordem de seu bispo, foi para Roma a fim de iniciar os estudos de línguas orientais: sírio, aramaico, copta, árabe, hebraico e grego.
Desde a época de seus estudos de Teologia, crescia sua convicção de que estava sendo chamado por Deus para fundar uma nova frente apostólica na Igreja, na qual seus membros poderiam defender a fé e contribuir na proclamação de que Jesus Cristo é o único Salvador. Tal convicção ficou ainda mais forte durante uma viagem ao Oriente Médio em 1880. Depois de regressar a Roma, começou a implementar sua ideia de fundar uma comunidade de religiosos e leigos com o fim apostólico mencionado.
Esta comunidade seria organizada em três grupos chamados “graus”: o primeiro para aqueles que, como os Apóstolos, deixam tudo e, vivendo em comunidade, se dedicam por inteiro a proclamar a Boa Nova; o segundo para os acadêmicos, os quais propagam as verdades divinas através de publicações e o terceiro para os leigos que, permanecendo em suas famílias e dentro da realidade de sua vida cotidiana, proclamariam o Salvador, sobretudo com o testemunho de uma boa vida cristã.

DESENVOLVER DOIS RAMOS DA SOCIEDADE

A obra do Padre Jordan recebeu o nome de Sociedade Apostólica Instrutiva, e no dia 8 de dezembro de 1881, seu primeiro grau teve início oficialmente em Roma, na Praça Farnese 96. Um ano depois o nome foi mudado para Sociedade Católica Instrutiva, e em novembro de 1882, a crescente comunidade se mudou com o Padre Jordan para um edifício em Borgo Vecchio 165, que se transformou em sua Casa Mãe.
Vários meses depois, a estrutura se transformou em duas congregações religiosas, uma de homens e outra de mulheres. Alguns anos mais tarde, a comunidade de mulheres se separou de Jordan e se converteu nas Irmãs de Nossa Senhora das Dores. Em 1893 a comunidade dos homens recebeu o seu nome atual: Sociedade do Divino Salvador.
O Padre Jordan se dedicou totalmente ao desenvolvimento de seu Instituto como fundador, guia espiritual e superior geral. Esta múltipla função não foi fácil para ele, uma vez que exigia um grande esforço, sobretudo quando enfrentou diferentes dificuldades administrativas, financeiras e pessoais. Contudo, lhe proporcionou uma profunda alegria interna, baseada em sua confiança inabalável na Divina Providência e em sua profunda convicção de que era a maneira de dar vida à sua vocação de fundador e de contribuir para a salvação das almas.
Graças à sua grande determinação, fundou uma segunda congregação religiosa feminina (as Irmãs do Divino Salvador) em 1888 com Teresa von Wuellenweber (Bem Aventurada Maria dos Apóstolos).

UM HOMEM QUE LEVOU UMA VIDA SANTA ATÉ O FIM ...

Outro acontecimento importante foi a aceitação de uma missão em Assam e a fundação de novas casas da Sociedade em diversos países da Europa e outras partes do mundo.
Através de todas estas experiências, o Padre Jordan amadureceu como ser humano, como religioso, como sacerdote e fundador, desenvolvendo sua personalidade e crescendo espiritualmente. A base deste crescimento espiritual era seu profundo amor a Deus e ao próximo, sua perseverança na oração, sua confiança na Divina Providência, assim como sua humildade, o amor à Eucaristia, a aceitação corajosa da cruz e a fidelidade à Igreja.
Com o tempo, Padre Jordan passou a ser considerado tanto pelos membros de sua comunidade como pela gente de fora, como um homem que levava uma vida santa. Ele mesmo foi testemunho do importante desenvolvimento de seu trabalho, tanto geográfica como numericamente.
Em 1915, por causa da Primeira Guerra Mundial, os dirigentes da Sociedade, junto com o Padre Jordan, se viram obrigados a se mudar de Roma para a Suíça, que estava neutra na guerra. Depois de se retirar da administração da Sociedade no Capítulo Geral de 1915, o Padre Jordan passou os últimos três anos de sua vida em Friburgo (Suíça). Morreu em um pequeno hospital em Tafers, perto de Friburgo, no dia 8 de setembro de 1918, sendo sepultado na igreja paroquial local.
Em 1956 seus restos mortais foram transladados para a Casa Mãe da Sociedade em Roma. Em 1942 teve início oficialmente o seu processo de beatificação, e em 2011 foi publicado o decreto das virtudes heróicas.
 
 Fonte: https://www.salvatorianos.org.br/institucional/padre-jordan