
Esses quatros atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que pelo Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser una, santa, católica e apostólica, e é também Ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.
Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas constituem sinais que falam com clareza à razão humana. A Igreja, em razão de sua santidade, de sua unidade católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina.
A Igreja é una.
Eis o mistério sagrado da unidade da Igreja:
A Igreja é una por sua fonte: Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo.
A Igreja é una por seu Fundador: Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo.
A Igreja é una por sua “alma”: O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que Ele é o princípio de Unidade da Igreja.
A única Igreja de Cristo é aquela que nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou à Pedro para que fosse seu pastor e confiou e ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.
Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade de seus discípulos: “Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, afim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.
Portanto, a Igreja é una, pois tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.
A Igreja é santa.
A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa, ou seja, não é perfeita, mas santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus.
A Igreja, unida a Cristo, é santificada por ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus. É na Igreja que está depositada a plenitude dos meios de salvação. É nela que adquirimos a santidade pela graça de Deus.
Já na terra, a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita.
Enquanto Cristo, santo, inocente, imaculado, não conheceu o pecado, mas veio para redimir os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação. Todos os membros da Igreja devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o “joio” do pecado continua ainda mesclado ao “trigo” do Evangelho até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação. A igreja é, então, o povo santo de Deus.
A Igreja é católica.
A palavra “católico” significa “universal”. A Igreja é católica no sentido de totalidade e de integralidade.
Ela é católica porque nela Cristo está presente. Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele a plenitude dos meios de salvação que Ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Este é o sentido de totalidade da Igreja católica.
Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso, este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra a desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma só natureza humana e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos. Este caráter de universalidade que marca o povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito. Este é o sentido de integralidade da Igreja católica.
A Igreja é, por sua própria natureza, missionária. Pois, a missão é uma exigência da catolicidade a ela confiada por Jesus. “Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem discípulos,... ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos.” (Mt 28,19-20)
A Igreja é apostólica.
A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os Apóstolos.
O Senhor dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Ele escolheu Doze Apóstolos, tendo Pedro como chefe. Eles são as pedras de fundação (“alicerce”) da Igreja de Cristo. Nos Apóstolos, continua a missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21).
O que garante a originalidade e autenticidade da Igreja Católica e sua continuidade até hoje é a sucessão apostólica, desde os primeiros Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus. Isso, além de ser um fato divino, é um fato histórico e inegável.
Fora dessa sucessão que vem diretamente de Cristo, não há legitimidade e infalibilidade para se atuar em seu Nome. Só a Igreja Católica, por graça especial de Deus, guarda intacta essa sucessão.
Muito cedo a Igreja tomou consciência de que a sua “identidade e missão” estava ligada e dependia do colégio dos Doze Apóstolos, e seus sucessores, os Bispos. Quando nos primeiros séculos surgia uma doutrina nova, às vezes uma heresia, o critério do discernimento era o da apostolicidade: “esta doutrina está de acordo com o que ensinaram os Apóstolos? Está em conformidade com o que ensina a Igreja de Roma, onde foram martirizados Pedro e Paulo?” Essas eram as perguntas mais importantes para se chegar ao discernimento. Isto porque os Apóstolos foram as testemunhas oculares do Senhor e Dele receberam diretamente tudo o que Ele ensinou.
Jesus garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. Um dia disse-lhes: “Quem vos ouve, a Mim vos ouve, e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).
Para que a transmissão do Evangelho, e da graça dada pelos Sacramentos, chegasse então aos confins da terra e dos tempos, os Apóstolos foram preparando os pastores das comunidades, seus sucessores.
Conforme as necessidades de cada tempo, os Apóstolos iam definindo as “normas” da Igreja, que foram formando a Sagrada Tradição Apostólica. A principal preocupação deles era com a “sã doutrina”, fiel àquilo que tinham recebido de Jesus. Essa Tradição Apostólica é tão importante e legítima quanto a própria Bíblia.
É nesta ordem e sucessão que a Tradição dada à Igreja desde os Apóstolos, e a pregação da verdade, chegaram até nós.
O tríplice sentido da apostolicidade da Igreja:
- Ela foi e continua sendo construída sobre o “fundamento dos apóstolos”, testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo;
- Ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que nela habita, o ensinamento, o depósito precioso da verdade, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos;
- Ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos próprios apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos Bispos, assistidos pelos presbíteros (padres), em união com o sucessor de Pedro (Papa), pastor supremo da Igreja.
A Igreja Católica é também chamada de Romana por ter sua sede, a Santa Sé, em Roma. Esta denominação, embora não seja uma exigência doutrinária, não é gratuita. Firmando a sede de Sua Igreja exatamente no coração do Império Romano, aquele que quis destruir a Igreja e que sacrificou milhares de mártires, com isto Cristo mostrou ao mundo que a Sua Igreja é invencível, e que jamais os poderes deste mundo a vencerão.
A constituição hierárquica e a organização da Igreja.
O próprio Cristo é a fonte do ministério da Igreja. Institui-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois, os ministros que são revestidos do sagrado poder, servem a seus irmãos para que todos os que formam o povo de Deus cheguem a salvação.
O enviado do Senhor fala e age não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como simples membro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela precisa ser dada e oferecida. Isto supõe que os ministros sagrados da graça sejam autorizados e habilitados por parte de Cristo. Dele, o Papa, os Bispos e os Presbíteros (padres) recebem a missão e o poder sagrado de agir na pessoa de Cristo-Cabeça, os diáconos a força de servir o Povo de Deus na Liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seus presbíteros. Esses ministérios da Igreja são conferidos por um sacramento específico (Sacramento da Ordem).
Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu caráter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente “servos de Cristo”.
Igualmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que exista um caráter colegial. Efetivamente, desde o início de seu ministério o Senhor Jesus institui os Doze. Escolhidos conjuntamente, são também enviados conjuntamente, e sua união fraterna estará a serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis. Por isso, todo Bispo exerce seu ministério dentro do colégio episcopal, em comunhão com o Bispo de Roma e sucessor de Pedro (o Papa); os presbíteros exercem seu ministério dentro do presbitério da diocese, sob a direção de seu Bispo.
Finalmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que haja um caráter pessoal. “Tu, segue-me” (Jo 21,22). Cada um é chamado pessoalmente para ser testemunha pessoal, assumindo pessoalmente a responsabilidade diante daquele que dá a missão, agindo “em sua pessoa” em favor de pessoas.
Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, a fim de garantir-nos a possibilidade objetiva de professarmos sem erro a fé autêntica. Isso nos é dado pelo Magistério Vivo da Igreja, que é o ofício pastoral que a Igreja tem, de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida, ser depositaria das verdades de nossa fé, e nos ensinar.
O Papa
Embora seja divina, a Igreja é formada de homens. E sendo humana, Cristo, Cabeça invisível da Igreja, quis que ela tivesse uma “cabeça visível”, que fosse o seu fator de unidade.
Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo. Jesus quis que Pedro (e seus sucessores) fosse o seu Vigário (representante) na terra, pois sabia que sem uma “cabeça visível”, o Corpo se dividiria.
Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as “chaves” da mesma, institui-o pastor de todo o rebanho. Porém, a função de “ligar e desligar”, que foi dado a Pedro, consta que também foi dada ao colégio dos Apóstolos, unido a seu chefe. Este ofício pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.
O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice, ou seja, o “poder” dos Bispos não pode ser exercido senão com o consentimento do Papa. Enquanto composto de muitos, este colégio episcopal, exprime a variedade e a universalidade do Povo de Deus e, enquanto unido sob um só chefe, exprime a unidade do rebanho de Cristo.
Os Cardeais
O Colégio dos Cardeais ou Colégio Cardinalício é o grupo de Cardeais da Igreja Católica, responsáveis por assistir o Papa, em suas tarefas administrativas, religiosas e pastorais. Essa assistência se dá tanto colegialmente, quando são convocados para tratar juntos questões de mais importância, como pessoalmente, mediante as diversas funções que desempenham, ajudando sobretudo ao Papa em seu governo cotidiano da Igreja universal. Também é de responsabilidade do Colégio Cardinalício, prover à eleição do Romano Pontífice. Quando se reunem, após a morte de um Papa, para votar no seu sucessor, formam o chamado Conclave.
Aqueles que têm mais de 80 anos, não podem participar no conclave. Deixam também de ser Membros dos Escritórios da Cúria Romana ou de qualquer outro organismo da Santa Sé. No Conclave, os Cardeais se isolam na Capela Sistina no Vaticano, e ficam reunidos até que elejam o novo Sumo Pontifice. É preciso que o eleito obtenha, 2/3 mais 1 dos votos.
Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele, através dos Consistórios, que o Romano Pontífice convoca e se desenvolvem sob sua presidência. Os Consistórios podem ser ordinários ou extraordinários. No consistório ordinário se reúnem os cardeais presentes em Roma, outros bispos, sacerdotes e convidados especiais. O Papa convoca estes Consistórios para fazer alguma consulta sobre questões importantes ou para dar solenidade especial a algumas celebrações. Ao Consistório extraordinário são chamados todos os cardeais e se celebra quando requerem algumas necessidades especiais da Igreja ou assuntos de maior gravidade.
Durante o período de "sede vacante" da Sé Apostólica (período que vai desde o falecimento de um Papa até a escolha de seu sucessor), o Colégio Cardinalício desempenha uma importante função no governo geral da Igreja e também no governo do Estado da Cidade do Vaticano.
Existem três tipos, ou ordens de cardeais, os cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos. O Papa João XXIII, conservou a divisão do Colégio Cardinalício nas três ordens apontadas, mas dispôs que todos devem receber a ordenaçãoepiscopal. É contudo habitual a nomeação de alguns presbíteros para o Colégio Cardinalício.
A criação de Cardeais se dá por decreto do Romano Pontífice, que elege para ser seus principais colaboradores e assistentes. São nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício (consistório). O Colégio Cardinalício tem se internacionalizado notavelmente nos últimos 30 anos. Os requisitos para serem eleitos são: homens que receberam a ordenação sacerdotal e se distinguem por sua doutrina, piedade e prudência no desempenho de seus deveres.
O número de cardeais eleitores tem variado ao longo da história. Em 1586 o Papa Sisto V fixou o seu número em setenta. No consistório de 1973, o Papa Paulo VI limitou o número de cardeais eleitores a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II. A 13 de Julho de 2006 e após o primeiro consistório do Papa Bento XVI (24 de Março de 2006) o Colégio dos Cardeais contava com 191 membros dos quais 120 eram eleitores.
O Colégio Cardinalício conta atualmente com 191 membros.
120 Cardeais são eleitores (Cardeais com menos de 80 anos de idade. No momento em que a Santa Sé fique vacante, estes podem votar em um Conclave).
71 Cardeais são "não eleitores" (com mais de 80 anos de idade).
Os Bispos
Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos e têm a missão de pastorear a comunidade de fiéis a eles confiada (diocese), auxiliados pelos presbíteros e pelos diáconos. Eles, individualmente, são o visível princípio e fundamento da unidade em suas Igrejas locais (ou Igreja diocesana, ou ainda Igreja particular).
O poder que Jesus conferiu aos seus Apóstolos é transmitido de geração em geração, numa corrente histórica ininterrupta, para os seus sucessores. Conforme atesta Santo Irineu: “A Tradição Apostólica é manifestada e guardada em todo o mundo por aqueles que foram instituídos Bispos pelos Apóstolos e são seus sucessores até nós”.
A missão do Bispo é perpetuar os ensinamentos de Cristo, pois a missão divina confiada aos Apóstolos deve durar até o fim dos tempos. Ao Bispo cabe a tarefa de governar a diocese, exercendo o ministério de ensinar, santificar e dirigir a parcela do povo de Deus a ele confiada. Também lhe cabe a tarefa de coordenar os trabalhos administrativos, econômicos e jurídicos da diocese, sendo o responsável por ela perante a sociedade civil. Ele é a autoridade maior da diocese, mas necessita da indispensável cooperação dos sacerdotes, diáconos, religiosos e agentes de pastoral leigos. Afinal, a Igreja é o povo de Deus.
Compete ainda ao Bispo, ordenar sacerdotes e diáconos, administrar o Sacramento da Crisma, criar ou suprimir paróquias, nomear e transferir párocos, nomear coordenadores de movimentos pastorais diocesanos e promover outros atos pastorais e administrativos. Nenhuma atividade pastoral eclesial tem valor se não contar com sua aprovação. Etimologicamente, a palavra “bispo” vem de “episcopo”, formado de dois elementos de origem grega: “epi” – sobre, por cima e “scopein” – olhar, examinar, observar. Portanto, o Bispo é aquele que “olha de cima”, isto é, dirige e coordena toda a diocese confiada a seu pastoreio.
A Santa Sé – Vaticano
Santa Sé ou Sé Apostólica é o centro administrativo e pastoral da Igreja, tendo à frente o Papa. Compreende a Secretaria de Estado, as diversas congregações e outros organismos.
A Cidade do Vaticano é um estado, com autonomia política, graças ao Tratado de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1929, no pontificado de Pio XI. É o menor país, com apenas 0,44 km2. Está situado no "Mons Vaticanus", a "oitava colina" de Roma. As suas fronteiras são as Muralhas Leoninas e o círculo de mármore, no solo, onde confluem os dois braços da colunata de Bernini, na Praça São Pedro. No Vaticano, destaca-se a basílica, construída sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, o primeiro Papa.
Cúria Romana:
A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Em nome e com a autoridade dele, exercem seu ofício para o bem das Igrejas e em serviço dos Sagrados Pastores.
A Cúria Romana está assim constituída:
- Secretaria de Estado: Secretário de Estado
I Seção – Assuntos gerais
II Seção – Relações com os Estados
O Secretário de Estado é o encarregado dos serviços diplomáticos e também preside às reuniões gerais dos dicastérios (as congregações e outros organismos pontifícios).
- Congregações: Doutrina da Fé; Igrejas Orientais; Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Causas dos Santos; Bispos (na qual se inclui a Pontifícia Comissão para a América Latina); Evangelização dos Povos (na qual se inclui o Supremo Comitê das Pontifícias Obras Missionárias); Clero (na qual se inclui o Conselho Internacional para a Catequese); Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, e Educação Católica.
- Pontifícios Conselhos: Leigos; Promoção da Unidade dos Cristãos (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo); Família; Justiça e Paz; “Cor Unum”; Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; Pastoral no Campo da Saúde; Interpretação dos Textos Legislativos; Diálogo Inter-religioso (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com os Muçulmanos); Cultura, e Comunicações Sociais.
- Tribunais: Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e Tribunal da Rota Romana.
- Departamentos: Câmara Apostólica, Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.
- Outros organismos: Prefeitura da Casa Pontifícia, Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Santo Padre, Sala de Imprensa da Santa Sé, Departamento Central de Estatísticas da Igreja e Guarda Suíça.
- Comissões e Comitês: Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, Pontifícia Comissão Bíblica, Comissão Teológica Internacional, Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Pontifício Comitê das Ciências Históricas e Comissão Disciplinar da Cúria Romana.
- Instituições vinculadas à Santa Sé: Arquivo Vaticano, Biblioteca Apostólica Vaticana, Pontifícia Academia das Ciências, Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Pontifícia Academia para a Vida, Fábrica de São Pedro, Esmolaria Apostólica, Tipografia Vaticana “Poliglotta”, Libreria Editrice Vaticana, Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano e Jornal “L´Osservatore Romano”.
Nunciatura Apostólica:
É o organismo que representa a Santa Sé em cada país. Também tem a função de embaixada do Estado do Vaticano. É dirigida pelo Núncio Apostólico.
O Núncio Apostólico, como Legado do Romano Pontífice, representa o Papa junto às Igrejas particulares (dioceses, arquidioceses) e também junto aos Estados e autoridades públicas. É o embaixador do Estado do Vaticano, o representante do papa em cada país. Sua principal missão é tornar sempre mais firmes e eficazes os vínculos de unidade entre a Sé Apostólica e as Igrejas particulares. Também tem o encargo de promover e estimular as relações entre a Santa Sé e as autoridades, tratando das questões concernentes às relações entre a Igreja e o Estado.
O atual Núncio Apostólico no Brasil é Dom Lorenzo Baldisseri, nomeado em 12 de novembro de 2002.
CNBB
Todo país tem um organismo que congrega seus Bispos. No caso do Brasil, este organismo é a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A CNBB, fundada em 14 de outubro de 1952, congrega todos os bispos católicos brasileiros e tem se revelado como um organismo pastoral atuante, empenhado na evangelização, na promoção da dignidade humana, na luta pela justiça social e pelos direitos humanos.
A vida e missão da CNBB são iluminadas pelo Objetivo Geral da Ação Evangelizadora. O atual, definido na 41ª Assembléia Geral, realizada de 30 de abril a 9 de maio de 2003, é: “Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.”
NATUREZA E MISSÃO: A CNBB é a instituição permanente que congrega os bispos da Igreja Católica no país. De acordo com seu Estatuto Canônico, tem como natureza e missão:
ser espaço de encontro e de diálogo para os bispos, com vistas ao apoio mútuo, orientação e encorajamento recíprocos;
concretizar e aprofundar a comunhão e o afeto colegial entre eles;
promover sua permanente formação e atualização;
estudar assuntos de interesse comum da Igreja no país;
promover melhor a vida eclesial e a pastoral orgânica;
facilitar a convergência da ação evangelizadora;
exercer o magistério doutrinal;
favorecer a comunhão e a participação na vida e nas atividades da Igreja das diversas parcelas do povo de Deus;
representar o episcopado brasileiro junto a outras instâncias;
cuidar do relacionamento com os poderes públicos a serviço do bem comum;
realizar evangelicamente seu serviço de amor na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.
A CNBB está dividida em 17 Conselhos Episcopais Regionais, conhecidos como Regionais. São estes:
1- NORTE 1 (Norte do Amazonas e Roraima)
2- NORTE 2 (Amapá e Pará)
3- NORDESTE 1 (Ceará)
4- NORDESTE 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte)
5- NORDESTE 3 (Bahia e Sergipe)
6- NORDESTE 4 (Piauí)
7- NORDESTE 5 (Maranhão)
8- LESTE 1 (Rio de Janeiro)
9- LESTE 2 (Espírito Santo e Minas Gerais)
10- SUL 1 (São Paulo)
11- SUL 2 (Paraná)
12- SUL 3 (Rio Grande do Sul)
13- SUL 4 (Santa Catarina)
14- CENTRO-OESTE (Distrito Federal, Goiás, Tocantins e parte do Mato Grosso)
15- OESTE 1 (Mato Grosso do Sul)
16- OESTE 2 (Mato Grosso)
17- NOROESTE (Acre, sul do Amazonas e Rondônia)

A Igreja Católica não foi fundada por homens. Foi o próprio Cristo Jesus quem instituiu a Igreja para levar a salvação, que Ele conquistou com seu sangue, a todos os povos de todos os tempos e lugares, até Ele voltar. Por isso, a Igreja não é uma instituição humana, mas sim, uma Instituição Divina.
Vamos entender porque Jesus fundou a Igreja.
O pecado, desde a origem, já no início da humanidade, quebrou a unidade e a comunhão dos homens com Deus, rompeu o plano divino de amor para com a humanidade.
Deus Pai nos criou para Si, para que fôssemos a Sua família, destinados a participar da Sua comunhão íntima e desfrutar da Sua vida bem-aventurada, isto é, da Sua felicidade perfeita, absoluta.
Porém, o pecado, que é toda ofensa a Deus, a mais triste realidade deste mundo, rompeu o belo plano de amor e “dispersou” os filhos de Deus, dilacerou Sua família. O homem se perdeu, se afastou do Criador, a fonte da sua vida e da sua felicidade, por tentação do demônio e por culpa própria. Deus não poderia ter impedido o homem de pecar porque o criou livre, Ele nos deu o livre arbítrio.
Então, para que a humanidade fosse salva, isto é, pudesse voltar para junto de Deus, reconciliada com o Criador, a culpa dos seus pecados deveria ser paga diante da justiça de Deus ofendida.
Através de pessoas e acontecimentos ao longo do tempo, Deus foi gradativamente revelando a Si mesmo e o seu plano para nós. Essa revelação não visava só um conhecimento intelectual, mas também existencial, vivo: conhecer a Deus para entrar em comunhão (união íntima e real) com Ele. Essa comunhão deveria envolver também os homens entre si.
Por isso, Deus escolheu o povo de Israel para ser o seu povo no meio da humanidade. No seu meio realizou prodígios, sinais da sua benevolência. Por meio deste povo, descendente de Abraão, o homem que por primeiro acreditou, a salvação chegaria a todos os povos da terra. Como um pai ou uma mãe que pouco a pouco ensina seu filho, assim Deus fez com o povo de Israel. Através de Moisés, dos Juízes e dos Profetas, ele formou, conduziu e instruiu o seu povo. Tudo isso era a preparação para a sua plena revelação e salvação da humanidade: o momento em que não mais um mensageiro, mas o próprio Filho de Deus feito homem viria viver no meio dos homens, afim de levar a humanidade “de volta” para Deus.
Não havia um homem sequer, por mais santo que fosse, que pudesse pagar a “dívida” à justiça de Deus ofendida. Então, o Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo), por amor a cada um de nós, aceitou se encarnar e assumir a nossa natureza humana, carne e sangue, para como homem, e no lugar de cada homem, se entregar para morrer numa cruz, a fim de pagar à justiça divina o preço dos pecados de toda a humanidade.
São Pedro resumiu muito bem a salvação da humanidade nessas palavras: “Não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados... mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado e sem defeito algum”. (1Pd 1,18-19b)
Isto é a Salvação. Só Jesus a pode realizar. Pois, os pecados da humanidade assumem proporções infinitas diante de Deus, já que a Sua Majestade ofendida é infinita. Assim, somente Alguém que fosse, ao mesmo tempo, homem e Deus perfeitamente, poderia reparar as ofensas da humanidade diante da justiça de Deus, somente Jesus poderia oferecer um resgate de valor infinito. Foi o que Jesus fez, e que nenhum outro homem poderia fazer.
Antes de morrer, ressuscitar e voltar glorioso para o Pai (ascensão), Jesus passou uma fase de sua vida em meio aos homens, difundindo a Sua divindade entre todos e anunciando o Reino de Deus por meio de mensagens de salvação (fase que chamamos de vida pública de Jesus).
Cumprindo os desígnios divinos, Jesus haveria de voltar para o Pai. Porém, sua missão de anunciar a Reino de Deus à todos os povos e transmitir a salvação à toda criatura haveria de continuar até a consumação dos tempos. Por isso Jesus institui a Sua Igreja, com a finalidade de continuar a Sua missão aqui na Terra.
Dos 12 Apóstolos de Jesus, Simão Pedro tinha características de liderança. Então, um dia Jesus disse a ele: “Eu te declaro, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus”. (Mt 16, 18-19)
Com estas palavras, Jesus institui a Sua Igreja e se dirigiu à Pedro para confirmar o mandato de governá-la, deixando claro que a Igreja é “propriedade” Dele.
É preciso notar com atenção várias coisas nestas palavras de Jesus. Ele disse “a minha Igreja”, isto é, no singular e de maneira determinada. Ele não disse a Pedro, sobre ti edificarei “uma” Igreja, de maneira indeterminada, como se pudesse haver outras, mas “a” minha Igreja, no singular. Usou o artigo definido e no singular.
Só há então, uma Igreja Dele, esta que Ele próprio fundou e entregou à Pedro para apascentar, junto com os Apóstolos, o rebanho do Senhor.
No entanto, a Igreja de Cristo, é a Igreja de Pedro, é a Igreja Católica, que já teve 265 sucessores de Pedro (os Papas) e que se mantém numa corrente histórica ininterrupta desde Cristo até nós, nos dias de hoje, afim de que, por meio dela, a missão de Jesus seja fielmente continuada até a consumação dos tempos.
Todas as outras “igrejas” que surgiram com o passar do tempo, foram frutos do desligamento da única Igreja fundada por Cristo, formando facções fundadas simplesmente por homens, não conservando então, a sucessão de Pedro e nem a sucessão Apostólica.
Portanto, a Igreja Católica é a única que o próprio Cristo fundou e desejou neste mundo, para que, por meio dela a humanidade fosse levada de volta para Deus.
Igreja: manifestada pelo Espírito Santo.
“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mt 28,20)
Foi com esta promessa que Jesus se despediu dos discípulos antes de subir ao céu.
Antes de Jesus sofrer a sua paixão, na noite da despedida, naquela última Santa Ceia memorável, Ele deixou bem claro para os Apóstolos, que eles teriam a assistência permanente do Espírito Santo. Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito (defensor), para que fique eternamente convosco. É o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos.” (Jo 14-16-18b)
Jesus foi enfático, o Espírito Santo não só “permanecerá convosco”, mais ainda, “estará em vós”, eternamente.
Na mesma noite da despedida Jesus ainda disse aos Apóstolos: “Digo-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14,25-26)
E ainda, naquela mesma noite, o Senhor disse-lhes mais uma vez: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade...” (Jo 12-13)
Aqueles homens simples da Galiléia, não tinham condições de assimilar todas as verdades da fé, toda a teologia que hoje a Igreja conhece, depois de muito estudo e reflexão. Jesus, então lhes explicou que o Espírito Santo, o Espírito da verdade, os guiaria à verdade no futuro.
Então, depois de Jesus ter cumprido os desígnios do Pai aqui na Terra (Paixão, Morte e Ressurreição) e voltar glorioso para o Pai (ascensão), há o nascimento efetivo da Igreja de Cristo. Jerusalém, a cidade onde se desenrolou a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, foi também o berço da Igreja.
No dia da Ascensão, Jesus tinha dito: “O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força. Sereis, então, minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da Terra.” (At 1,8).
Os Apóstolos deixaram Betânia, onde aconteceu a Ascensão e voltaram para Jerusalém, onde ficaram rezando, junto com Maria e alguns discípulos, num local chamado cenáculo. Estando eles todos reunidos em profunda oração, veio do céu um ruído semelhante ao de um vento muito forte que encheu toda a casa onde estavam. E apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repousaram sobre a cabeça de cada um deles. A partir deste momento, os Apóstolos foram transformados. Era o Espírito Santo que formava, naquele dia, a primeira comunidade Cristã – a Igreja.
Era a festa de Pentecostes, uma das mais importantes festas dos judeus. Nesse dia, os judeus de todas as partes do Império Romano vinham a Jerusalém oferecer suas ofertas no Templo.
Pedro, dirigindo sua palavra a todos que ali se encontravam, falando em nome da Igreja recém-nascida, faz a sua primeira pregação sobre a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, anúncio fundamental da pregação da Igreja. (cfr. At 2, 14-36) A partir de então, houve as primeiras conversões.
Assim começou a vida da primeira Comunidade Cristã. Os primeiros cristãos viviam unidos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos entre todos, conforme as necessidades de cada um. Freqüentavam o templo assiduamente e louvavam a Deus com alegria. Cativavam a simpatia de todo o povo. (cfr. At 2, 42-47)
Pontos constantes na Igreja Primitiva:
- Mínimo de estrutura (sem prédios, sem instituições, sem papéis);
- Máximo de vida (os cristãos se preocupavam mais em viver do que apresentar formulações teológicas. O testemunho de vida levava todos a acreditarem nas palavras deles);
- Realidade (eles conheciam os problemas da época);
- Impulso Missionário (os problemas não os impediam de continuar o caminho proposto por Cristo);
- Partilha (todos entregavam espontaneamente aquilo que lhes sobrava, para que fosse repartido entre os pobres).
Apesar de não serem aceitos pelas autoridades, os primeiros cristãos encontraram grande aceitação no meio do povo, especialmente entre os pobres. A pregação dos apóstolos e acima de tudo, a vida que eles apresentavam, testemunhando as próprias palavras, ia atraindo cada vez mais pessoas para o cristianismo.
O crescimento das primeiras comunidades cristãs criou conflito entre a sociedade antiga (romana) e a nova sociedade cristã, dando origem às grandes perseguições.
As pregações e o modo de ser dos primeiros cristãos incomodavam as autoridades, pois repudiavam as injustiças e opressões para com os menos favorecidos. Eles denunciavam e enfrentavam os governantes da época em relação às coisas que iam contra aos princípios deixados por Cristo. Por isso, os cristãos passaram a ser violentamente perseguidos, fazendo com que muitos deles se refugiassem em outras regiões. Isso, ao invés de enfraquecer a Igreja, fez com que ela crescesse e se expandisse para além da Palestina. Os cristãos, mesmos após fugirem, não abandonaram os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, passando a anunciar a “Boa Nova” do Evangelho nos lugares onde foram habitar.
Principais causas da expansão do Cristianismo no início da Igreja:
- Grande entusiasmo dos apóstolos para a missão;
- A esperança de construir uma nova sociedade onde o povo pobre e sofrido teria vez. Fermento novo de fraternidade e justiça;
- A força do Evangelho é fundamentada na Ressurreição de Cristo e na presença viva e permanente do Espírito Santo;
- Dispersão dos judeus convertidos, formando novas comunidades em outras cidades.
Vimos então, que terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na Terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar e dar assistência permanentemente à Igreja. Foi então que a Igreja manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho pela pregação. A Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos.
Para realizar sua missão, o Espírito Santo dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos sob à Luz do Espírito Santo.
“O Espírito Santo é a alma da Igreja.”
Igreja somos nós, povo convocado.
A palavra “Igreja” (do grego <<“Ekklésia”>>) significa “convocação” ou também “povo convocado”. Designa a assembléia daqueles que a palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo místico de Cristo.
Muitos pensam na Igreja como um grupo social, de pessoas reunidas com determinada finalidade, como qualquer outro fenômeno associativo. Assim, uma comunidade cristã seria algo como um grupo de amigos, um clube ou uma associação beneficente. Porém, Igreja não é isso.
Igreja somos nós! Igreja é comunidade viva, é viver em comunhão, é povo convocado a ser “soldado” de Cristo. E sendo Igreja, temos um grande compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Boa Nova de Jesus. É necessário que vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos em comum tudo aquilo que temos, como nos falam os Atos dos Apóstolos (cfr. At 2, 42-47).
A união concreta dos cristãos é uma tarefa de todo dia. Por isso, devemos ter o sentido de responsabilidade, isto é, devemos contribuir com as nossas próprias qualidades e aptidões (dons), para atender às necessidades de todos os nossos irmãos.
A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. Nem somente o Papa, os Bispos e os Padres. Eles também são Igreja e estão a serviço da Igreja. Porém, Igreja é toda a família de Deus, Igreja somos todos nós. Portanto, a realidade de “Igreja-Povo-Comunidade Viva” é um compromisso que depende muito de todos nós.
Nós, Igreja, somos unidos em Cristo por um vínculo, uma ligação espiritual e real.
São Paulo, numa de suas cartas aos Coríntios, nos fala: “Somos um só corpo, que é formado de muitas partes” (1Cor 12,20). Este “corpo” que São Paulo diz, é a Igreja, corpo místico de Cristo. Essas “muitas partes”, somos nós, membros do corpo místico de Cristo. E a cabeça deste corpo místico, é o próprio Cristo.
Entramos neste corpo místico de Cristo, no momento de nosso Batismo: pelo poder de Deus, pelo sinal da água e pelas palavras transmitidas pelo próprio Cristo. Ou seja, pelo nosso Batismo, nos incorporamos à Igreja de Cristo. Cada um que é batizado é enxertado em Jesus, como um ramo é enxertado em um tronco e passa a fazer parte dele.
Pela Igreja, somos membros de Cristo. Portanto, Cristo vive na sua Igreja! Daí então, em nós e através de nós vai se realizando no mundo o plano de Salvação: pelo anúncio da Palavra de Deus, pela celebração dos Sacramentos que tornam presente e realizam a salvação, pelo testemunho de vida e pela ação de cada um de nós. Em nós e através de todos nós, unidos num mesmo Corpo, que é a Igreja, unidos à Cabeça desse Corpo, que é Cristo, que nos conduz através dos Apóstolos e de seus sucessores (os Bispos em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro), pelo poder da assistência do Espírito Santo, vamos sendo “Sal da Terra e Luz do Mundo”, caminhando em direção ao Reino de Deus.
É missão de todos os batizados, a exemplo de Cristo, transmitida a Pedro, nosso primeiro Papa:
- Observar e denunciar o que fere a dignidade humana;
- Incentivar o amor fraterno, levando todas as pessoas à participação e comunhão, no compromisso de solidariedade aos irmãos, principalmente àqueles que são colocados à margem da sociedade;
- Anunciar a mensagem de Jesus, por meio de palavras e principalmente pelo testemunho de vida, em todos os lugares que estivermos, principalmente fora da comunidade.
- Como Cristãos, membros do Corpo de Cristo, precisamos estar sempre atentos em:
- Ver as coisas boas e más da comunidade e descobrir o que podemos fazer diante disso;
- Realizar o Reino de Deus nos ambientes em que vivemos;
- Conhecer e participar do plano de trabalho da Igreja do Brasil, da Diocese, da Paróquia;
- Se aprofundar e buscar sempre o “amadurecimento” de nossa fé.
- Participar ativamente da comunidade, engajando-se em algum movimento pastoral.
Embora a Igreja seja constituída de homens, nunca devemos nos esquecer de sua divindade. A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina.

25 de janeiro dia de São Paulo, festa na maior cidade da América Latina, e em nossa Paróquia, em especial na comunidade São Paulo Apóstolo nos Jardins Palmeiras e Itália, momento de participarmos como irmãos desta festividade e meditarmos alguns assuntos, como a vida de São Paulo, o apóstolo das nações. (At 9, 15)
Muitos são os escritos e relatos sobre este que foi o maior dos evangelizadores e um dos principais responsáveis pela disseminação da fé em Cristo. Seu nome Saulo, homenagem a Saul, primeiro rei judeu (em grego Saulo), seus pais preocupados com seus estudos, ele um aluno dedicado, além de religioso, a doutrina transmitida por seus pais o judaísmo, via como inaceitável qualquer outra crença que não as verdades do Pentateuco (bíblia) e os ensinamentos nas sinagogas, e defendia sua fé com tamanho rigor que tomou o impulso de liderar uma missão com apoio dos sacerdotes para aprisionar os que invocassem a Jesus (At 9 13-14). Naquele momento era seu desejo conter blasfemos. Mas.. eis que a luz domina o ódio. Numa dessas viagens Paulo é surpreendido por um encontro, que lhe mostra, sua visão estava confusa, cai do cavalo, fica cego, ouve uma voz que lhe toca “Saulo porque me persegues?” (At 9, 4), pergunta quem és tu Senhor? E por fim ouve a resposta “Eu sou Jesus, a quem persegues” (At 9, 5). Depois disto nós conhecemos a historia, sua vida mudou, entende sua verdadeira missão, se torna o Apóstolo, que tanto amou e anunciou o Senhor Jesus.
Assim temos memórias e motivos a festejar, mas devemos refletir este janeiro, como tantos outros, festas, férias, verão e chuva, muita chuva. Chuvas que muitas vezes causam tragédias, nada de novo, bastam algumas lembranças; 2008 em Santa Catarina, 2010 em São Luiz do Paraitinga e agora em todo sudeste e principalmente no Rio de Janeiro, estas tragédias nos levam a refletir. Quem são os culpados? Seria fácil dizer; “nada se pode fazer contra a força da natureza”, ou, “é a vontade de Deus”. Mas temos que assumir, a culpa é sim do homem, e ter coragem para dizer que o pobre que mora na área de risco não é culpado e sim vitima obrigado a residir em áreas de risco, e devemos ter coragem de cobrar daqueles que deveriam tomar as providências.
Isto deve nos levar a refletir e nos pôr em oração pedindo que Deus leve os administradores públicos a fazerem a experiência de Paulo, o encontro com Jesus, caindo do cavalo, reconhecendo seus erros, perceber se cego, reconhecendo a falta de visão correta das verdadeiras necessidades do povo, de forma especial aos mais carentes, e principalmente ouvir a voz de Jesus e conversar com este Jesus, por fim dar resposta com a própria vida, num sentido de luta por seus irmãos em Jesus, como Paulo fez, dando até sua própria vida.
Diante destas tragédias podemos perceber, nas doações, ou simplesmente em nossas orações as mais diversas formas de demonstrar quão generoso é nosso povo, e que não basta achar culpados mas sim buscarmos demostrar o amor entre irmão que muitas vezes padecem destas mesmas tragédias cotidianas.

Aproxima-se o período do Carnaval e, automaticamente, desperta em nós a ânsia em estarmos reunidos com os amigos, buscando a diversão, a alegria, com direito a muita música e agitação! Para a maioria, é assim! Mas, afinal, por que celebramos o Carnaval? Etimologicamente, o termo Carnaval advém, dentre várias interpretações, de “carne vale” que significa “adeus carne” ou “despedida da carne”, pois que permitido o consumo de carne no tríduo que antecede a quarta-feira de cinzas, marco da Quaresma. (período durante o qual é recomendada a prática da penitência e abstinência de carnes vermelhas).Desde a origem da festividade do Carnaval, há um contraste entre o carnaval cristão e o carnaval pagão. E, de fato, percebemos ainda hoje essa discrepância. De um lado, muitos jovens aproveitam essa data para extravasarem seus desejos, influenciados pela sensação de ”liberdade”, em que tudo é permitido. É comum, portanto, vermos nos carnavais a presença do excesso: de bebidas, de drogas, do apelo sexual etc. Vale lembrar que estes “sintomas” são perceptíveis, também, em outras épocas do ano, não apenas no carnaval.
Tal comportamento vem acompanhado do vazio, da “ressaca moral”, da ausência daquilo que verdadeiramente é capaz de nos preencher: o amor, a paz no coração, a liberdade de poder dizer SIM e NÃO. “Liberdade é ter O Amor pra se prender…” Por outro lado, o carnaval cristão experimenta a verdadeira alegria de estar na presença viva e real do Amor. O dançar, o cantar, o comportar-se muda de feição. Aqui, tudo o que é do bem e para o bem é permitido. Todos somos chamados a viver e aproveitar o tempo do Carnaval, que é tempo de festejar, com a alegria própria que o momento requer, sem, no entanto, extremar os excessos.
Fomos criados para amar ao próximo como a nós mesmos; para propagar e incentivar aquilo que é bom e verdadeiro; para vivermos conforme nos exige o senso de responsabilidade social, respeitando os limites da coletividade. Não somos meros expectadores da vida, mas estamos aqui, para sermos os atores, exercendo fielmente nosso papel de cristãos, com alegria e entusiasmo, com música e dança, com amigos e familiares, com respeito e fraternidade. Com amor! Vivemos, sim, no mundo; e o mundo precisa, sim, de nós: jovens de calça jeans que amam, que dançam, que se divertem, e que sabem, acima de tudo, viver e fazer suas escolhas com o olhar para o Alto! Quantos jovens desejam encontrar a felicidade que o mundo não nos proporciona? Como é difícil, por vezes, aceitar e desejar as coisas do Pai! O mundo nos põe à prova a todo momento. O Carnaval alimenta em nosso espírito uma propensão ao pecado, a desejar o que não é saudável, tirando-nos do foco. Sim, isso acontece com muitos. O momento é propício para que analisemos tudo aquilo que nos mancha, que nos tira a paz de estar em paz com Deus. É tempo, pois, de iniciar ou persistir no chamado à conversão, preparando nossos corações para a Quaresma. Independente do local onde você for passar o Carnaval, o segredo é não perder o senso de responsabilidade cristã. Proponho a todos, e a mim mesma, vivenciar um carnaval de paz, sem excessos.. Um carnaval de dentro pra fora, onde nós possamos aproveitar três dias de alegria plena e duradoura."Orai e vigiai, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 14, 38).
Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C.. É um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média.
O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "<em>carne vale</em>" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo.
Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto, Rio_de_Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de Escola_de_samba para outras cidades do mundo, São Paulo , Tóquio , Helsinque
O Carnaval_do_Rio_de_Janeiro está no Guinness_Book desde 2004 como o maior carnaval do mundo, com um número estimado de 2 milhões de pessoas, por dia, nos blocos de rua da cidade. Em 1995, o Guinness Book declarou "Galo da Madrugada da cidade do Recife como o maior bloco de carnaval do mundo
História e origem
a festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no Século XI da Semana_Santa" Igreja Católica antecedida por quarenta dias de jejum, A Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem A Quarta-feira_de_Cinzas Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça- Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês _ Mardi Gras. O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval
O carnaval DA Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as atividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno_(mitologia) eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas Fantasia (vestuário) , Alegorias_carnavalescas" Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual
Cálculo do dia da Carnaval
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira Lua cheia que se verificara partir do Equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a Sexta-feira Santa é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes Páscoa
Datas do Carnaval
O Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa, em fevereiro, geralmente, ou em março, conforme o Cálculo da Páscoa (veja artigo anterior), No século XXI, a data em que ocorreu mais cedo foi a 5_de_fevereiro mais tarde será a 9 de março de 2038. Embora seja possível noutros séculos, o dia de Carnaval não ocorrerá a 3 ou 4 de fevereiro durante todo o século XXI.