
Pentecoste é um momento especial para a nossa igreja, pois é quando o Espírito Santo age de forma criativa e poderosa em nosso meio. É uma celebração da vinda do Espírito Santo, que promove a unidade, o fortalecimento da fé e a renovação da esperança. No domingo seguinte à Ascensão do Senhor, festeja a Igreja a solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, que estavam reunidos com Maria no mesmo lugar, em Jerusalém, como um vento impetuoso, que encheu toda a casa e onde apareceram como que línguas de fogo que pousavam sobre cada um deles.
Pentecostes é a festa da unidade, é a festa da luz diante das trevas do pecado e da morte. É a festa do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Os Apóstolos receberam o poder do Espírito Santo que desceu sobre eles para serem testemunhas de Jesus em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da terra.
São Cirilo de Jerusalém disse que o Espírito Santo é a luz divina que esclarece tudo para a glória de Deus e para a salvação humana. O Espírito Santo age nas pessoas se o coração delas for aberto às suas inspirações, em vista da conversão de vida e na unidade com Jesus Cristo e com o Pai. O Espírito Santo santifica aqueles que estão abertos a ele a aos irmãos na Caridade. O Espírito concede a todos a sua graça, guia e Ilumina a todos ao conhecimento de Deus, guia os profetas, torna sábios os humildes, consagra os sacerdotes, dá o dom da santificação, ressuscita os mortos, liberta os cativos de suas prisões e muito mais.
São Leão Magno afirmou que o Espírito Santo sopra onde quer de modo que as línguas próprias de cada povo, tornaram-se comuns nos lábios da Igreja. Bonito isso, não é?
É da própria essência do Espírito Santo ir ao encontro das pessoas. O Espírito age na história da salvação a partir daquela primeira manifestação como de línguas de fogo, que possibilitou o início da pregação do Evangelho a todas as nações, acabando-se as barreiras criadas pela sociedade que excluíam alguns povos dos demais. Ele reúne os fiéis e os motivam para o testemunho e comunica os dons invisíveis a cada um, unindo assim os dons da fé, da esperança e da caridade numa verdadeira e total unidade. O Espírito Santo leva os homens e mulheres para uma melhor compreensão dos avisos vindos do céu e para a única e verdadeira comunhão, que é a unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Trindade Santíssima.
Pentecoste é um dos grandes acontecimentos bíblicos relacionados ao Espírito Santo. Por meio de Pentecoste, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e discípulos de Jesus e os capacitou a viver vidas transformadas. Por meio da Ação do Espírito Santo, os discípulos se tornaram mensageiros corajosos da Palavra de Deus para toda a humanidade. A igreja é chamada a viver o mesmo testemunho de fé e ousadia hoje. Que possamos, como igreja, buscar o Espírito Santo em oração e abraçar sua ação em nossas vidas para que possamos cumprir a vontade de Deus. Assim, poderemos viver uma vida com propósito e direcionada pela Palavra de Deus, testemunhando o amor de Jesus Cristo ao mundo. Aproveite agora e descubra como o Espírito Santo pode transformar sua vida. (reze)
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor.Enviai, o Vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
Oremos.
Ó Deus, que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso.
Amém!

PARA O LVII DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
(21 de maio de 2023)
«Falar com o coração. “Testemunhando a verdade no amor” (Ef 4, 15)»
Estimados irmãos e irmãs!
Depois de ter refletido, nos anos anteriores, sobre os verbos «ir e ver» e «escutar» como condição necessária para uma boa comunicação, com esta Mensagem para o LVII Dia Mundial das Comunicações Sociais gostaria de me deter sobre o «falar com o coração». Foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora. Após o nosso treino na escuta, que requer saber esperar e paciência, e o treino na renúncia a impor em detrimento dos outros o nosso ponto de vista, podemos entrar na dinâmica do diálogo e da partilha que é, em concreto, comunicar cordialmente. E, se escutarmos o outro com coração puro, conseguiremos também falar testemunhando a verdade no amor (cf. Ef 4, 15). Não devemos ter medo de proclamar a verdade, por vezes incómoda, mas de o fazer sem amor, sem coração. Com efeito «o programa do cristão – como escreveu Bento XVI – é “um coração que vê”» [1]. Trata-se de um coração que revela, com o seu palpitar, o nosso verdadeiro ser e, por essa razão, deve ser ouvido. Isto leva o ouvinte a sintonizar-se no mesmo comprimento de onda, chegando ao ponto de sentir no próprio coração também o pulsar do outro. Então pode ter lugar o milagre do encontro, que nos faz olhar uns para os outros com compaixão, acolhendo as fragilidades recíprocas com respeito, em vez de julgar a partir dos boatos semeando discórdia e divisões.
Jesus chama-nos a atenção de que cada árvore se conhece pelo seu fruto (cf. Lc 6, 44). De igual modo «o homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro, tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração» (6, 45). Por conseguinte, para se poder comunicar testemunhando a verdade no amor, é preciso purificar o próprio coração. Só ouvindo e falando com o coração puro é que podemos ver para além das aparências, superando o rumor confuso que, mesmo no campo da informação, não nos ajuda a fazer o discernimento na complexidade do mundo em que vivemos. O apelo para se falar com o coração interpela radicalmente este nosso tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, baseada por vezes até na desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade.
Comunicar cordialmente
Comunicar cordialmente quer dizer que a pessoa que nos lê ou escuta é levada a deduzir a nossa participação nas alegrias e receios, nas esperanças e sofrimentos das mulheres e homens do nosso tempo. Quem assim fala, ama o outro, pois preocupa-se com ele e salvaguarda a sua liberdade, sem a violar. Podemos ver este estilo no misterioso Viandante que dialoga com os discípulos a caminho de Emaús depois da tragédia que se consumou no Gólgota. A eles, Jesus ressuscitado fala com o coração, acompanhando com respeito o caminho da sua amargura, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido. De facto, eles podem exclamar com alegria que o coração lhes ardia no peito enquanto Ele conversava pelo caminho e lhes explicava as Escrituras (cf. Lc 24, 32).
Num período da história marcado por polarizações e oposições – de que, infelizmente, nem a comunidade eclesial está imune – o empenho em prol duma comunicação «de coração e braços abertos» não diz respeito exclusivamente aos agentes da informação, mas é responsabilidade de cada um. Todos somos chamados a procurar a verdade e a dizê-la, fazendo-o com amor. De modo particular nós, cristãos, somos exortados a guardar continuamente a língua do mal (cf. Sl 34, 14), pois com ela – como ensina a Escritura – podemos bendizer o Senhor e amaldiçoar os homens feitos à semelhança de Deus (cf. Tg 3, 9). Da nossa boca, não deveriam sair palavras más, «mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam» (Ef 4, 29).
Por vezes, o falar amável abre uma brecha até nos corações mais endurecidos. Encontramos vestígios disto na própria literatura; penso naquela página memorável do cap. XXI do livro Promessi Sposi, onde Luzia fala com o coração ao Inominável até que este, desarmado e atormentado por uma benéfica crise interior, cede à força gentil do amor. Experimentamo-lo na convivência social, onde a gentileza não é questão apenas de «etiqueta», mas um verdadeiro antídoto contra a crueldade, que pode, infelizmente, envenenar os corações e intoxicar as relações. Precisamos daquele falar amável no âmbito dos mass media, para que a comunicação não fomente uma aversão que exaspere, gere ódio e conduza ao confronto, mas ajude as pessoas a refletir calmamente, a decifrar com espírito crítico e sempre respeitoso a realidade onde vivem.
A comunicação de coração a coração: «Basta amar bem para dizer bem»
Um dos exemplos mais luminosos e, ainda hoje, fascinantes deste «falar com o coração» temo-lo em São Francisco de Sales, Doutor da Igreja, a quem dediquei recentemente a Carta Apostólica Totum amoris est, nos 400 anos da sua morte. A par deste aniversário importante e relacionado com a mesma circunstância, apraz-me recordar outro que se celebra neste ano de 2023: o centenário da sua proclamação como padroeiro dos jornalistas católicos, feita por Pio XI com a Encíclica Rerum omnium perturbationem. Mente brilhante, escritor fecundo, teólogo de grande profundidade, Francisco de Sales foi bispo de Genebra no início do século XVII, em anos difíceis marcados por animadas disputas com os calvinistas. A sua mansidão, humanidade e predisposição a dialogar pacientemente com todos, e de modo especial com quem se lhe opunha, fizeram dele uma extraordinária testemunha do amor misericordioso de Deus. Dele se pode dizer que as suas «palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis» ( Sir 6, 5). Aliás uma das suas afirmações mais célebres – «o coração fala ao coração» – inspirou gerações de fiéis, entre os quais se conta São John Henry Newman que a escolheu para seu lema: Cor ad cor loquitur. «Basta amar bem para dizer bem»: constituía uma das suas convicções. Isto prova como, para ele, a comunicação nunca deveria reduzir-se a um artifício, a uma estratégia de marketing – diríamos nós hoje –, mas era o reflexo do íntimo, a superfície visível dum núcleo de amor invisível aos olhos. Para São Francisco de Sales, precisamente «no coração e através do coração é que se realiza aquele subtil e intenso processo unitário em virtude do qual o homem reconhece a Deus» [2]. «Amando bem», São Francisco conseguiu comunicar com o surdo-mudo Martinho tornando-se seu amigo, e daí ser recordado também como protetor das pessoas com deficiências comunicativas.
Éa partir deste «critério do amor» que o santo bispo de Genebra nos recorda, através dos seus escritos e do próprio testemunho de vida, que «somos aquilo que comunicamos»: uma lição contracorrente hoje, num tempo em que, como experimentamos particularmente nas redes sociais, a comunicação é muitas vezes instrumentalizada para que o mundo nos veja, não por aquilo que somos, mas como desejaríamos ser. São Francisco de Sales difundiu em grande número cópias dos seus escritos na comunidade de Genebra. Esta intuição «jornalística» valeulhe uma fama que superou rapidamente o perímetro da sua diocese e perdura ainda nos nossos dias. Como observou São Paulo VI, os seus escritos suscitam «uma leitura sumamente agradável, instrutiva e estimulante» [3]. Pensando no atual panorama da comunicação, não são estas precisamente as caraterísticas de que se deveriam revestir um artigo, uma reportagem, um serviço radiotelevisivo ou uma mensagem nas redes sociais? Possam os agentes da comunicação sentir-se inspirados por este Santo da ternura, procurando e narrando a verdade com coragem e liberdade, mas rejeitando a tentação de usar expressões sensacionalistas e agressivas.
Falar com o coração no processo sinodal
Como já tive oportunidade de salientar, «também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos. É o dom mais precioso e profícuo que podemos oferecer uns aos outros» [4].
Duma escuta sem preconceitos, atenta e disponível, nasce um falar segundo o estilo de Deus, que se sustenta de proximidade, compaixão e ternura. Na Igreja, temos urgente necessidade duma comunicação que inflame os corações, seja bálsamo nas feridas e ilumine o caminho dos irmãos e irmãs. Sonho uma comunicação eclesial que saiba deixar-se guiar pelo Espírito Santo, gentil e ao mesmo tempo profética, capaz de encontrar novas formas e modalidades para o anúncio maravilhoso que é chamada a proclamar no terceiro milénio. Uma comunicação que coloque no centro a relação com Deus e com o próximo, especialmente o mais necessitado, e esteja mais preocupada em acender o fogo da fé do que em preservar as cinzas duma identidade autorreferencial. Uma comunicação, cujas bases sejam a humildade no escutar e o desassombro no falar e que nunca separe a verdade do amor.
Desarmar os ânimos promovendo uma linguagem de paz
«A língua branda pode até quebrarossos»: lê-se no livro dos Provérbios (25, 15). Hoje é tão necessário falar com o coração para promover uma cultura de paz, onde há guerra; para abrir sendas que permitam o diálogo e a reconciliação, onde campeiam o ódio e a inimizade. No dramático contexto de conflito global que estamos a viver, urge assegurar uma comunicação não hostil. É necessário vencer «o hábito de denegrir rapidamente o adversário, aplicando-lhe atributos humilhantes, em vez de se enfrentarem num diálogo aberto e respeitoso» [5]. Precisamos de comunicadores prontos a dialogar, ocupados na promoção dum desarmamento integral e empenhados em desmantelar a psicose bélica que se aninha nos nossos corações, como exortava profeticamente São João XXIII na Encíclica Pacem in terris: «a verdadeira paz entre os povos não se baseia em tal equilíbrio [de armamentos], mas sim e exclusivamente na confiança mútua» (n.º 113). Uma confiança que precisa de comunicadores não postos à defesa, mas ousados e criativos, prontos a arriscar na procura dum terreno comum onde encontrar-se. Também agora, como há 60 anos, a humanidade vive uma hora escura temendo uma escalada bélica, que deve ser travada o mais depressa possível, inclusivamente em termos de comunicação. Fica-se apavorado ao ouvir com quanta facilidade se pronunciam palavras que invocam a destruição de povos e territórios; palavras que, infelizmente, se convertem muitas vezes em ações bélicas de celerada violência. Por isso mesmo há que rejeitar toda a retórica belicista, assim como toda a forma de propaganda que manipula a verdade, deturpando-a com finalidades ideológicas. Em vez disso seja promovida, a todos os níveis, uma comunicação que ajude a criar as condições para se resolverem as controvérsias entre os povos.
Como cristãos, sabemos que é precisamente na conversão do coração que se decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração humano [6]. Do coração brotam as palavras certas para dissipar as sombras dum mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos. É um esforço que é exigido a todos e cada um de nós, mas faz apelo de modo particular ao sentido de responsabilidade dos agentes da comunicação a fim de realizarem a própria profissão como uma missão.
Que o Senhor Jesus, Palavra pura que brota do coração do Pai, nos ajude a tornar a nossa comunicação livre, limpa e cordial.
Que o Senhor Jesus, Palavra que Se fez carne, nos ajude a colocar-nos à escuta do palpitar dos corações, para nos reconhecermos como irmãos e irmãs e desativarmos a hostilidade que divide.
Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.
Roma – São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2023.
FRANCISCO
REFERENCIAS:
[1] Carta enc. Deus caritas est (25/XII/2005), 31.
[2] Carta ap. Totum amoris est (28/XII/2022).
[3] Epístola apostólica Sabaudiae gemma, no IV centenário do nascimento de São Francisco de Sales, Doutor da Igreja (29/I/1967).
[4] Mensagem para o LVI Dia Mundial das Comunicações Sociais (24/I/2022).
[5] Francisco, Carta enc. Fratelli tutti (03/X/2020), 201.
[6] Cf. Francisco, Mensagem para o LVI Dia Mundial da Paz a 1 de janeiro de 2023 (08/XII/2022), 4.
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O grupo de jovens leigos salvatorianos “Jordan Sancto Est” convida a todos a participarem da capacitação básica em libras para que mais paroquianos consigam se comunicar, sem barreiras, uns com os outros em nossa paróquia.
A capacitação contará com 10 encontros presenciais, a partir do dia 3 de junho, das 9 às 11 horas, no salão paroquial.
Para se inscrever clique no link abaixo e preencha o formulário:
https://forms.gle/Mbkzk9f61r5hNtPz6

Desde sua posse como 6º Bispo Diocesano de Jundiaí, Dom Arnaldo tem dedicado os dias de seu governo a conhecer os diversos organismos de nossa Igreja Particular de Jundiaí, percorrer o território diocesano, entre inúmeras outras atividades administrativas e pastorais.
Desse modo, na última sexta-feira, dia 14 de abril, o encontro foi entre o Bispo e a equipe de coordenação da Pastoral Diocesana Fé e Política e Conselho de Leigos. Na pauta da reunião, a apresentação e breve avaliação da atuação de ambos organismos na vida diocesana.
Dom Arnaldo gostou muito de tudo o que ouviu e incentivou a continuidade das ações encaminhadas até os dias atuais. Perguntado pelo Pe. Norberto Savietto, assessor diocesano da Pastoral Fé e Política, sobre qual orientação ele daria para a caminhada da Pastoral Fé e Política, o Bispo respondeu: “Estar aberto a todos, ou seja, a pastoral é suprapartidária, ela é um espaço da Igreja onde refletimos e nos empoderamos da Política com "P", ou seja, aquela que é promotora do Bem Comum. Por isso fundamental que os membros da Pastoral tenham formação na dimensão da Doutrina Social da Igreja, pois ela é o princípio das Pastorais Sociais e da nossa forma de compreender a Política, independentemente das opções partidárias. Devemos sempre ser promotores do diálogo com todos os seguimentos, saber ouvir e expor nossas opiniões sem dar espaço a agressividade. Promover espaços de Estudos. E aqui apresentamos a importância do Núcleo Diocesano de Formação de Fé, Política e Cidadania”.
Dom Arnaldo falou ainda da importância de que cada agente da Pastoral, cada pessoa tenha compaixão para com aqueles que mesmo caminhando nas comunidades não compreendem o fundamental no seguimento de Jesus. “Precisamos reconhecer os sinais dos tempos, a mudança de época em que vivemos. Ter cuidado com nossas ações que estejam na unidade com a Igreja. Sair do mundo das ideias e irmos para a realidade”. E completou: “Os agentes da Pastoral Fé e Política precisam ter ousadia em suas ações e cuidado com os pensamentos e as práticas”.
Na ocasião, ficaram definidas também as datas de 5 de junho e 6 de novembro para encontros entre o Bispo e políticos das 11 cidades que compõem o território diocesano, mantendo a tradição da Igreja de Jundiaí. Também foram definidas as temáticas a serem abordadas nesses encontros:
No primeiro encontro, em junho, a temática tratada será sobre o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Para este evento também serão convidados os presidentes dos Conselhos Municipais instituídos. Um representante da coordenação estadual da Campanha da Fraternidade será o convidado e deve falar sobre o CONSEA e o agir da Campanha da Fraternidade 2023.
Os participantes terão oportunidade de partilharem suas experiências, além de indagação dos projetos e prazos para instituição dos conselhos nos municípios.
O segundo encontro, marcado para o mês de novembro, será momento de fala e partilha dos representantes dos municípios. Eles terão a oportunidade de apresentar a realidade dos Conselhos e suas ações nas cidades.
Fé e Política
A equipe de coordenação informou ainda ao Bispo que, atendendo ao apelo da CF 2023, a Diocese criou, no mês de fevereiro, um Grupo de trabalho (GT) que reúne membros da Cáritas Diocesana e da Faculdade de Medicina de Jundiaí para atividades conjuntas.
Do encontro com o Bispo nesta sexta-feira, também participaram, o professor Donizete Scardelai, coordenador diocesano da Pastoral Fé e Política, Dolaine Regina C. Santos - membro do organismo, e Maria Angela Palma Ribeiro, coordenadora diocesana do Conselho Diocesano de Leigos.
Setor de Comunicação da Diocese de Jundiaí

O carisma salvatoriano consiste em se colocar a serviço da igreja e do mundo para anunciar a salvação a todos, de todos os meios e modos, para que todos conheçam a Deus e a Jesus Cristo e tenham vida. A proposta de Padre Jordan é anunciar Jesus Cristo para todos, sem distinção, levando em consideração as peculiaridades de cada pessoa.
A proposta da psicologia é compreender o ser humano em sua plenitude, suas nuances e particularidades, e assim auxiliar a pessoa a transcender para além das barreiras que lhe causam sofrimento, podendo viver uma vida feliz e saudável dentro do sentido à pessoa que se trata. Quando o carisma salvatoriano propõe sua maneira de anunciar o evangelho, também propõe uma reflexão a partir dos possíveis resultados que esse anúncio pode trazer. Podemos apresentar isso pelas palavras fé, esperança e amor.
Fé

A fé é puramente acreditar sem ter informações concretas, porque se tem certeza de que é real o que cremos.
Para termos fé devemos compreender o que estão nos falando. A proposta do anúncio do evangelho diante do carisma salvatoriano é ser um anúncio simples, não porque se considere que a pessoa que receberá esse anúncio não tenha instrução suficiente para compreender o que lhe é apresentado, mas sim, porque ao apresentarmos para a pessoa algo familiar e de fácil entendimento dentro do que essa pessoa já experienciou na vida, temos a capacidade de fazer com que essa pessoa se sensibilize mais e faça sua própria experiência espiritual, para assim então, compreender a magnitude do que estamos apresentando para ela: A salvação que vem de Deus!
A fé está relacionada a dar um sentido para a vida. A ciência leva em consideração a fé como uma motivação, algo que faz com que a pessoa possa planejar e executar coisas obtendo bons resultado em sua vida, essa proposta não significa que a ciência acredita em um Deus, mas que leva em consideração o movimento que o ser humano tem quando acredita em Deus ou em uma força espiritual, isso, porque é a fé que nos dá energia para enfrentar a vida e nossos propósitos baseiam-se na fé, não apenas a fé religiosa, mas a crença de que será possível chegar a algum lugar, executar algo a que se propõe. É a fé que nos move e nos dá ânimo, é alimento para nossas forças, para que possamos ir além das dificuldades, buscar um propósito de vida, nos preencher de fato e encontrar nossa vocação. Sendo assim, a fé religiosa não é única, mas considerada importante e fundamental para quem se dispõe à ela.
Assim como a fé está relacionada a dar um sentido para a vida da pessoa, do mesmo jeito a psicologia propõe auxiliar as pessoas a encontrar seu sentido de viver, a motivação que as preencham e auxiliem de forma mais saudável e produtiva. Por isso, para a psicologia, muitas das questões enfrentadas como dificuldades no cenário atual do desenvolvimento humano, podem ter alívio ou parte de solução ao se considerar as experiências de fé da pessoa que busca pelo auxílio psicoterapêutico.
Essa proposta, no entanto, precisa ser iniciada pela própria pessoa que busca o auxílio psicológico, porque o psicólogo em sua atuação não pode ser mais do que um facilitador à auxiliar a própria pessoa a se encontrar, sem então jamais poder influenciar a pessoa em seguir o que ele (psicólogo) acredita como ser real, espiritual ou até mesmo o correto a se escolher dentro dos valores morais. Sem dúvidas a fé é importante para a vida do ser humano, seja por um olhar religioso ou por um olhar da psicologia.
Esperança
A esperança dentro do carisma salvatoriano deve ser, como diz Paulo Freire, a esperança do verbo esperançar, que nos anima, nos faz levantar e agir, e não a esperança do verbo esperar que nos faz apenas ter a expectativa de que tudo será melhor, mas se espera que isso um dia simplesmente aconteça como mágica.
O trabalho para a igreja nesse intuito traz a ideia de que me torno mais satisfeito e feliz ao doar do que receber, isso, porque ao me doar, torno viva a esperança de que estou um passo mais perto dessa proposta de que o mundo conhecerá a Deus. A proposta de nos tornarmos um só diante da vida em Cristo nos proporciona, não apenas se sensibilizar ao outro, mas ao contribuir, sermos felizes com a alegria do outro e ir além das pequenas coisas que nos prendem a momentos.
Compreender o anúncio do evangelho pelo carisma salvatoriano supera a simples ideia de propagação, para que cada vez se tenham mais pessoas envolvidas, talvez sem profundidade, como vemos a exemplo das redes sociais, mas sim de o difundir na simplicidade, numa propagação mais lenta, porém mais eficaz, que faz a pessoa crer e agir à forma de Cristo, tendo a esperança de que o anúncio é o nosso melhor propósito de vida pelo amor ao próximo.

A psicologia propõe que a pessoa tenha esperança de viver de forma feliz e plena, por entender que todos os dias ela poderá fazer essa escolha, mesmo que a sua realidade não seja perfeita, esperançosa de dias melhores possa se energizar, acordar e enfrentar a vida
De forma simples, Padre Jordan nos mostra que não devemos agir pensando apenas nas estruturas da religião, levando em conta apenas a hierarquia clerical, ao contrário, nos mostra que quanto mais formos humildes, mais Deus se apresenta em nós, e nos propõe que busquemos conhecer a Deus e nos preocupemos com o ensinar e não unicamente sacramentalizar.
Isso é muito semelhante ao conceito de que devemos ser fiéis ao que temos com o intuito de, na simplicidade e nos detalhes, conseguir mostrar mais do que os textos elaborados e cheios de termos difíceis podem nos mostrar. A proposta em especial é apresentar Deus ao outro considerando que essa apresentação será natural, não como um produto que se quer vender mas sim com a constatação da própria pessoa que, a partir do momento em que nos conhece dentro do carisma salvatoriano, conhece a Deus, quando percebe que nosso sentido de vida é esse: Levar Deus a todos de todos os modos e meios e manter viva a esperança de que o mundo um dia será capaz de conhecer o Deus único e verdadeiro e então fazer parte desse projeto que visa o bem maior para todos.
A exemplo do carisma de Jordan devemos ser fiéis e simples para mostrarmos que não são os textos complexos e com termos difíceis que ensinam, mas a apresentação humanizada de Deus ao outro, a que a pessoa possa constatar por si que o conhecer de Deus nos motiva a leva-lo nesse sentido: Levar Deus a todos, de todos os modos e meios, e manter viva a esperança de que o mundo um dia será capaz de conhecer o Deus único e verdadeiro e então fazer parte desse projeto que visa o bem maior para todos.
Amor

O amor é o sentimento que nos leva a desejar o bem para outra pessoa. O amor é o elo que liga a fé com a esperança.
Os sentimentos são importantes para os seres humanos, através deles, teremos respostas emocionais, ou seja, respostas físicas que nos auxiliarão a uma adaptação ao ambiente e então teremos a possibilidade de obtermos o melhor resultado diante do que esta acontecendo ao nosso redor, por exemplo, se estiver diante de um tiroteio, o medo me fará agachar e assim terei mais chances de não ser baleada e então sobreviver.
O amor é um sentimento que permite adaptarmo-nos ao próximo. Graças a ele compreendemos e aceitamos as diferenças, convivemos e conseguimos pensar em construir algo que nos faça felizes, assim como ao outro.
A psicologia trabalha com a ideia de que em alguns momentos devemos entender melhor o quanto conseguimos manejar os nossos sentimentos para obtermos o melhor deles e não o pior. Por exemplo, o mesmo medo que na descrição acima me salva, pode me prejudicar se for em quantidade exagerada, que me paralise totalmente ao invés de me fazer agir, assim, no mesmo exemplo do tiroteio, irei paralisar e ao não me proteger exponho-me à fatalidade.
Dentro do carisma salvatoriano devemos compreender que o pedido de Padre Jordan é que possamos nos colocar no lugar do outro, dentro do que é necessário, na medida certa, entendendo as necessidades que muitas vezes se diferem de tudo que já conhecemos. Nosso olhar dever ser também renovado de acordo com a realidade, por amor ao próximo, para que assim nosso propósito de anúncio seja eficaz. A psicologia nos auxilia a isso ao estudar e compreender o ser humano que se transforma ao longo do tempo, de acordo com as mudanças do ambiente que vive e das mudanças culturais. Compreender o ser humano da atualidade é fundamental para manter viva a proposta de levar Deus a todos de todos os modos e meios.
Papa Francisco nos pede uma igreja em saída, que vá ao encontro dos mais necessitados, sem discriminação, que acolha e aja às necessidades do próximo. Esse é o anúncio perfeito do evangelho, o que verdadeiramente Cristo faria, e por esse ato, movidos pela fé em Deus, nossa esperança nos faz agir com consciência e amor, que nos faz compreender o outro, e assim sermos verdadeiramente apóstolos, buscando o bem, tal como um psicólogo que se põe a serviço para que o outro encontre seu caminho. No anonimato, sem aplausos e sem plateia, apenas nós e o coração de outro ser humano, replicando o sonho de Padre Jordan.
------ Referências--------
Amatuzzi, M. M. (2003). Fé e Ideologia na Compreensão Psicológica da Pessoa. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16(3), pp. 569 -575
C.I.S. (2019) Identidade Apostólica como Família Salvatoriana. Bebendo da Fonte do Carisma.
C.I.S. (2020) Palavra de Deus fonte de inspiração para Padre Jordan. Bebendo da Fonte do Carisma.

Autor(a):
Mariana Karina de Jesus Gonçalves
Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia
Terapeuta Cognitiva Comportamental pelo Instituto de Psicologia e controle do Stress -SP
Psicopedagoga Institucional pela Universidade Católica Dom Bosco - SP